
Acosta brilha mas alerta: a evolução da KTM enfrenta a concorrência feroz dos irmãos Márquez
Numa exibição emocionante de velocidade e talento, Pedro Acosta terminou o primeiro dia de treinos em Montmeló com os olhos postos no fim de semana que se avizinha. Apesar de ter liderado de manhã e ficado a escassos milésimos do colega Brad Binder à tarde, o murciano manteve os pés assentes na terra, recordando a ameaça constante representada pelos irmãos Márquez.
Acosta incendiou o cronómetro na sessão inaugural com um tempo de 1:38.979, usando um pneu traseiro novo para superar o registo do lendário Marc Márquez. À tarde, elevou ainda mais o nível com 1:38.245, mas foi Binder quem brilhou no momento decisivo: 1:38.141, quebrando o recorde anterior de Aleix Espargaró (1:38.190).
Por trás desta subida de forma da KTM está um pacote aerodinâmico inovador que melhorou claramente a agilidade da moto, sobretudo em curva. “A nova carenagem funciona muito bem mesmo em curvas rápidas”, destacou Acosta, sublinhando o salto tecnológico da marca austríaca.
Ainda assim, o espanhol preferiu ser cauteloso: “Não devemos criar expectativas demasiado altas, porque tanto o Marc como o Álex têm estado incrivelmente rápidos”, avisou. Em ritmo de corrida, os Márquez não apenas acompanham Acosta como ameaçam a sua consistência.
Se Acosta tem sido presença constante na frente nas últimas corridas, Binder voltou a saborear o topo da tabela de tempos pela primeira vez desde o Japão, em 2024. “Há muito que não víamos duas KTM como as motos mais rápidas em pista. O meu lado da garagem tem estado tranquilo, mas o Brad teve os seus altos e baixos”, comentou Acosta.
Três KTM entre os dez primeiros dão sinais animadores para a equipa, sobretudo sabendo que a quarta moto, de Maverick Viñales, está de fora devido a lesão no ombro. “É encorajador ver os chefes aqui e saber que três das quatro KTM estão na luta é um alívio”, acrescentou.
Montmeló parece encaixar na perfeição com a RC16, e Acosta confirmou: “Sempre que vim aqui, fui rápido.” Mas nem tudo são boas notícias: queixou-se de vibrações inesperadas, pouco comuns em pistas com baixa aderência: “O que mais me incomoda são as vibrações, que normalmente não aparecem em circuitos como este.”
Quanto à qualificação, Acosta reconheceu um problema recorrente: os erros no arranque do Q2. “Parece que falho sempre no início do Q2, por isso o objetivo é fazer primeiro uma volta sólida e depois ver como corre”, revelou a sua estratégia para sábado.
Com a adrenalina a subir e as apostas cada vez mais altas, uma coisa é clara: Acosta e a KTM estão prontos para desafiar o statu quo, mas os irmãos Márquez não vão facilitar. O GP da Catalunha promete ser eletrizante — e pode trazer um duelo inesquecível.