Jorge Martín em dificuldades para encontrar ritmo no GP da Catalunha: “Esta moto não aceita agressividade!”

Numa reviravolta surpreendente no Grande Prémio da Catalunha, o espanhol Jorge Martín, agora ao serviço da Aprilia, terminou apenas em 18.º lugar — a mais de oito décimos do tempo mais rápido do dia, fixado por Brad Binder. Depois de desempenhos promissores na Áustria e na Hungria, os adeptos ficaram incrédulos perante as dificuldades do campeão do mundo de 2024.

Ao refletir sobre o dia, Martín admitiu: “Esperava ter dificuldades no time attack e em passar diretamente para o Q2, como tem acontecido ultimamente. No entanto, estou contente porque melhorei bastante da manhã para a tarde.” Apesar do otimismo, a dura realidade da folha de tempos levanta dúvidas sobre o seu momento atual.

Numa confissão marcante, reconheceu: “De manhã estava completamente perdido com esta moto nesta pista, mas as sensações melhoraram muito na sessão da tarde. Honestamente, só preciso de juntar todas as peças.” O principal desafio? Extrair o máximo de uma volta rápida — algo em que se destacava na Ducati.

“Quando ataco o tempo, talvez esteja a pilotar demasiado agressivo, como fazia antes, e esta moto não aceita isso. Preciso de ser mais calmo durante o time attack para arrancar mais à frente na grelha”, revelou, sublinhando a necessidade de adaptar o seu estilo à Aprilia e às exigências peculiares de Barcelona.

Chegou motivado pelo sucesso recente na Hungria, mas a realidade em Montmeló rapidamente o fez recuar: “Cada pista é um mundo, e Barcelona é bastante peculiar. O que vínhamos a melhorar e a base que estávamos a construir sofreu aqui um revés pelas características do circuito. Temos de dar um passo atrás, trabalhar neste fim de semana e depois voltar à nossa base anterior.”

Apesar dos obstáculos, mantém confiança: “Não estou assim tão mal em termos de ritmo. Se conseguir melhorar a volta rápida, posso qualificar-me melhor.”

A relação de Martín com a Aprilia também tem evoluído desde o primeiro teste em Barcelona, no passado mês de novembro: “Esta moto está muito melhor; fiquei apenas a duas décimas do meu próprio recorde com a Ducati, o que mostra que estou a um bom nível e competitivo.” Contudo, reconhece que a vantagem da Aprilia se diluiu em Montmeló: “A Aprilia melhorou em todos os circuitos, mas aqui perdemos a diferença que o Álex e o Maverick tinham sobre os outros.”

Com o Q1 cada vez mais competitivo e imprevisível, Martín sabe que o objetivo vai além de apenas chegar ao Q2: “Neste momento, o meu objetivo não é apenas entrar no Q2; é melhorar o time attack. Se isso me levar lá, ótimo. Caso contrário, continuarei a trabalhar.”

Apesar da calma sob pressão, o instinto vencedor está sempre presente: “Todos querem vencer. O meu foco agora é consolidar a base, mas quero ganhar, e para isso tenho de me levar ao limite.”

Com o GP da Catalunha a aquecer, todas as atenções estarão em Jorge Martín, que procura transformar o potencial em resultados e calar as críticas. O fim de semana promete drama, emoção e a incessante busca pela glória que define o MotoGP.