
O processo movido pelos Anjos contra Joana Marques está a dar muito que falar. Em declarações à Nova Gente, uma das protagonistas de um episódio do Extremamente Desagradável em 2022 partilhou a sua mágoa.
Patrícia Porto foi Casa Feliz partilhar a sua fobia por animais e acabou por ser tema da rúbrica da Rádio Renascença: “Só as pessoas de casa é que sabiam o que se passava comigo. Eu tinha vergonha de contar. Não porque não aceitasse o que tinha. Entretanto, como através do Sistema Nacional de Saúde era muito complicado ter um psicólogo ou um psiquiatra, resolvi enviar um pedido de ajuda à SIC”.
“Foi a primeira vez que falei da minha situação em público. Quis mostrar que estava com coragem para avançar e até para ajudar alguém que estivesse a passar pelo mesmo”, esclareceu.
Leia Mais:O conselho aos Anjos: “Parem isto antes que…” (VÍDEO)
“Um amigo ligou-me quando eu estava a arranjar-me para o trabalho e contou-me o que estava a passar na rádio. Eu nem sabia o que havia de fazer… A revolta era tanta. E a vergonha também. Os comentários que estavam a fazer em direto eram horríveis, arrasadores. Eu fiquei impotente. A partir daí, regredi imenso”, confessou.
“Este julgamento para mim não é só dos Anjos, é o meu julgamento e o julgamento das pessoas todas que não têm dinheiro para avançar, ou que têm vergonha ou medo. Porque nós não somos os únicos lesados”, continua. “Eu ando extremamente nervosa com isto. Não consigo perceber. Como é que é permitido gozar com alguém para conseguir fazer humor? E isto eu não consigo entender. Quando eu soube do processo dos Anjos, enviei-lhes logo uma mensagem e contei-lhes a minha história. Afinal, alguém tem coragem e possibilidades de colocar esta senhora em tribunal. Eu fui humilhada e continuo a sofrer”, garantiu.
Leia Mais:Contratos cancelados, arenas vazias e agenda arruínada: O que motivou a indeminização milionária pedida pelos Anjos
“Fui a esse psiquiatra arranjado pela SIC umas duas ou três vezes. Depois, deixou de me responder. Simplesmente desapareceu. O que me leva a crer é que, como ele não tinha um caso de sucesso para apresentar na televisão, não valia a pena continuar comigo”, destacou ainda.
À mesma publicação, Patrícia fez saber que contactou Joana Marques e a rádio em questão: “Eu exigia no mínimo um pedido de desculpas. Nem sequer sou figura pública. Responderam a dizer que não me humilharam nem falaram da doença, apenas analisaram a exposição num canal. Na verdade, tornaram-me ridícula”.
“Fui-me muito abaixo com tudo isto e agora a revolta reacendeu-se. Se eu soubesse que isto me ia acontecer, tinha ficado no meu cantinho. Eu tinha vergonha de falar do meu caso, mas ganhei coragem e fui. Mas a Joana Marques fez-me sentir ainda mais patética. Deixou-me a sentir uma pessoa diferente, anormal, horrível. Já nem sabia como me comportar. Ainda tenho muita revolta. Enfim, estamos num estado democrático, mas a liberdade de expressão não é gozar com alguém. Há imensas pessoas que a defendem, mas eu não consigo. O humor da Joana Marques só existe para falar mal de alguém”, apontou ainda.