“Hoje, cerca de 20% do crédito bancário em Angola está em situação de incumprimento. Este número, por si só, diz-nos quão urgente é a consolidação de mecanismos eficazes de recuperação e reestruturação”, afirmou nesta a secretária de Estado do Orçamento de Angola, Juciene de Sousa.

Segundo a governante, se a conjuntura atual, “marcada pela inflação resistente e crescimento ainda modesto”, coloca desafios à atividade empresarial, “então mais importante ainda é a existência de um regime de insolvência que permita reorganizar, salvar e relançar empresas com potencial”.

Em declarações na abertura da 1.ª Conferência Internacional sobre Recuperação de Empresas e Insolvência, Juciene de Sousa considerou que um bom sistema de insolvência não é apenas uma medida jurídica, mas sim uma alavanca de política económica, um escudo de proteção ao emprego e um sinal de maturidade institucional.

“Não basta mudar a lei — é preciso mudar práticas, reforçar estruturas, formar quadros e, sobretudo, construir uma cultura jurídica e económica que reconheça o valor da reestruturação como alternativa viável à dissolução”, disse aquela responsável.

O evento, que congrega oradores angolanos e outros provenientes do Brasil e de Portugal, é uma realização da RECREDIT – empresa angolana de recuperação do crédito malparado na banca.

A RECREDIT anunciou, em maio passado, que recuperou 31,19 mil milhões de kwanzas (quase 30 milhões de euros) em crédito malparado no exercício económico de 2024, que representa 109% do objetivo estabelecido, “superando as expectativas operacionais”.

Agência Lusa

Editado por JornalPT50