A principal razão pela qual a Lei Eleitoral não é revista é que assim os maiores partidos garantem a continuidade do seu monopólio de poder.

Para estes políticos, o governo é um carrossel que mandam parar quando se sentem indispostos e Portugal fica aos solavancos.

Para muitos portugueses, viver na cidade é já uma miragem. Desde 2017, Lisboa perdeu 30 mil eleitores para concelhos periféricos, alterando a demografia.

Reparem na cara dos alunos, a descoberta que se desenha nos seus olhos, a informalidade de estarem ali sentados no chão com os monitores a falar-lhes deste quadro.

Da mesma forma que a classe política piorou, também o que hoje muitas vezes se apresenta como liberalismo é apenas uma réplica mal feita da ideia original.

Desde junho do ano passado está em vigor uma diretiva europeia que obriga a este casamento forçado entre a tampa e a garrafa.

Um ramo de flores abandonado, mesmo sendo secas as flores, é uma visão que evoca ruturas, é o testemunho de uma vontade de partilhar afetos que foi interrompida.

Um dia destes começam a surgir nas feiras de velharias, em ornamentais medalhões, as credenciais oficiais de políticos deixados cair pelos partidos respetivos.

Queixamo-nos muito da falta de limpeza das ruas, mas uma parte da responsabilidade é das pessoas, que não hesitam em deixar no chão o que calha e que fazem o que lhes apetece sem pensar nos outros.

São muitos os que não se importam com o que fazem à rua onde vivem — no fundo, é uma demonstração de que não se importam com os outros.

Publicado há 96 anos, o Borda D'Água tem todo o tipo de informação útil para o ano. Infelizmente, ainda não me consegue dizer o que se passará na política.

Aqui se estreia uma espécie de diário, com periodicidade semanal, em que Manuel Falcão deixa reflexões e desabafos. Acompanhe estes "Pensamentos Ociosos", sempre à sexta-feira, no SAPO.