
Mais de 450 participantes marcaram presença este domingo, no Parque de Feiras do Alandroal, para a 31.ª edição da Festa da Malha, promovida pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), em colaboração com os seus municípios associados.
O evento reuniu jogadores de várias faixas etárias, provenientes de diferentes concelhos da região, e afirmou-se como um encontro de convívio, competição e valorização do património cultural imaterial.
O presidente da CIMAC, David Galego, afirmou que esta é «a grande festa da tradição, da malha, do desporto popular», sublinhando que se trata de mais do que um torneio, sendo «uma festa popular», que representa «a nossa raiz» e «a nossa identidade». Galego acrescentou que é fundamental que iniciativas como esta continuem a percorrer o território e envolvam os municípios, explicando que «é assim que conseguimos manter viva esta tradição e criar escala para o Alentejo Central».
Este ano, o concelho anfitrião foi o Alandroal, que registou a maior representação de sempre. Para o presidente da autarquia, João Grilo, o evento envolveu «todo o distrito», destacando-se o ambiente e a forte adesão de jovens, o que, nas suas palavras, «é muito reconfortante» e mostra que «esta tradição está assegurada». O autarca frisou ainda que a prática da malha é «mais do que uma atividade desportiva», sendo «um motivo de encontro, de conversa e de aproximação entre as pessoas».
Ao longo do dia, realizaram-se dezenas de partidas de malha, em campos ajustados às várias idades e géneros. Verónica Pereira, que coordenou alguns jogos, explicou que «sempre que a malha ficar mais próxima do xito, são atribuídos três pontos, e se derrubar, seis», vencendo a equipa que chegar primeiro aos 30 pontos. Cada confronto é disputado em três jogos entre duas equipas.
A presença feminina tem vindo a crescer na modalidade, como demonstraram Nélia Simões e Susana Malta, jogadoras em competição. Ambas referiram que o principal motivo de participação é «o convívio», sublinhando que a modalidade é inclusiva e «é para todos: homens, mulheres, jovens e séniores». Susana, a participar pela primeira vez na Festa da Malha, revelou já ter conquistado três prémios, mas considera que «o melhor é o ambiente e as amizades que aqui se fazem».
Também Luís Sedas, jogador oriundo de Évora, destacou a componente social da iniciativa, afirmando que o que mais o atrai neste jogo «é o convívio e o desporto em si», considerando que a malha «faz parte da nossa cultura». Apesar da forte componente competitiva, sublinhou que «a melhor parte é sempre o convívio».
A Festa da Malha reafirma-se, assim, como um evento de promoção da identidade cultural do Alentejo Central, garantindo a continuidade de uma prática tradicional que continua a mobilizar comunidades e a juntar diferentes gerações num espírito de partilha e celebração.