Mais de 250 pessoas participaram, este domingo, 13 de julho, na 2.ª Corrida Memorial João Maltez, em Rio de Moinhos, freguesia do concelho de Borba. A iniciativa, promovida pelo Grupo Desportivo e Cultural local, procurou manter viva a memória do jovem atleta falecido em fevereiro deste ano, na sequência de um acidente de viação, com apenas 17 anos.

A prova dividiu-se em três percursos distintos: uma caminhada, uma corrida de cinco quilómetros e outra de oito quilómetros e meio. Segundo a organização, a vertente de caminhada foi a mais participada, demonstrando o envolvimento da comunidade numa iniciativa que, mais do que competitiva, teve um cariz profundamente simbólico.

«É uma forma de nós mantermos a memória do João na freguesia, tanto no concelho de Borba como no concelho de Estremoz. Fazemos questão de, enquanto pudermos, continuar a perpetuar esta caminhada e esta corrida, para ele ser sempre lembrado todos os anos», afirmou Helena Caldeira, presidente do Grupo Desportivo e Cultural de Rio de Moinhos.

Natural de Estremoz, João Maltez era atleta do clube organizador. O seu desaparecimento precoce gerou forte comoção entre familiares, colegas e amigos, muitos dos quais marcaram presença nesta segunda edição da corrida memorial.

Para Helena Caldeira, o envolvimento de toda a aldeia foi essencial para o êxito da iniciativa. «Para uma aldeia como Rio de Moinhos, é de facto uma grande vitória conseguir juntar aqui 250 pessoas. O mais importante é garantir que o João nunca será esquecido pelas outras pessoas», sublinhou.

Emanuel Ramalho, membro da organização e primo de João Maltez, descreveu o evento como um momento de grande emoção. «Por um lado, temos esta questão de ele ter partido, infelizmente. Mas depois, ter esta gente toda aqui connosco, homenageá-lo, tanta gente que gostava dele… é um sentimento de satisfação», referiu.

A corrida contou com a presença de colegas de equipa de João Maltez, alguns dos quais já não chegaram a conhecê-lo, mas que, segundo Emanuel Ramalho, participaram com espírito solidário e comovido. «Abraçaram esta causa como se o tivessem conhecido desde sempre. Os pais das crianças, dos atletas que temos aqui, desde o primeiro momento disseram: “Estamos presentes, no que for preciso nós ajudamos”», afirmou.

A organização pretende dar continuidade ao evento nos próximos anos. «Este ano tivemos mais atletas e mais caminhantes. O objectivo também é esse: ir aumentando aos poucos. Se conseguirmos isso, conseguimos o nosso objectivo», acrescentou Emanuel Ramalho, reforçando que o mais importante é manter viva a memória do jovem homenageado.

A Corrida Memorial João Maltez tornou-se, em apenas duas edições, num momento de união da comunidade, onde a dor se transforma em homenagem, e a ausência se torna presença através do desporto e da solidariedade.