
Peça de teatro da Plateia d’Emoções sobe ao palco do Cineteatro Messias. Porto e Bragança também estão na rota, até à primeira semana de junho
A estreia foi apoteótica no Coliseu do Porto, há pouco mais de um ano. E seguiu-se-lhe uma digressão que fez a produção original da Plateia d’Emoções passar por palcos de várias cidades. “Anne Frank – O Musical” está de regresso e inicia esta semana um périplo que começa na Mealhada, regressará ao Porto e avançará depois para Bragança, logo na primeira semana de junho.
O diário da jovem de origem judaica vítima do Holocausto, segundo texto e letras originais de Hélder Reis, conhecido profissional de televisão, e música de André Ramos (London Symphony Orchestra, Philharmonia Orchestra, London Arts Orchestra e Hong Kong Sinfonietta), sobe assim ao palco novamente. Com a abordagem singular da companhia artística de Vila Nova de Gaia que conquistou plateias.
Décadas volvidas, a obra de Anne Frank continua a ser um hino à amizade, à família e à esperança. E “ganhou ainda maior atualidade face aos enquadramentos de intolerância que estão a crescer em várias geografias mundiais”, como acentua Fernando Tavares, diretor artístico da Plateia d’Emoções.

A peça subirá ao Cineteatro Messias (Mealhada), sexta-feira e sábado (23 e 24), e, além da população estudantil, terá uma sessão direcionada para o público. Antes de chegar ao Teatro Municipal de Bragança, a 6 de junho, a obra vai ao palco do Grande Auditório do Vilar Oporto Hotel, no Porto, por cinco ocasiões. O público, em geral, pode vê-la na noite de 30 de maio.
O musical do coletivo gaiense, cuja produção envolve cerca de 30 pessoas de diferentes áreas técnicas, coloca 16 atores em palco e evolui por 20 cenas musicadas e 10 músicas originais. A cenografia, que contribui para acentuar a expressividade única e envolvente da peça, reconstitui de uma forma dinâmica o anexo secreto de Amsterdão (hoje casa-museu) onde, em plena II Guerra Mundial, Anne Frank se refugiou durante mais de dois anos.
“Conheça a força, a irreverência, a perseverança, o medo e o talento da jovem que escreveu o diário mais famoso do mundo”, através de um “musical único e envolvente, repleto de emoções e valores” e que permite ver Anne Frank “como nunca foi mostrada”, sublinha-se na sinopse do espetáculo.
A cada espetáculo “Anne Frank – O Musical” semeia novas dinâmicas, transpostas para salas de aulas e potenciadas pelos conteúdos pedagógicos que a companhia artística de Gaia disponibiliza aos professores dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, depois de assistirem, com os seus alunos, à obra.

A Plateia d’Emoções faculta aos professores um QR Code que dá acesso a atividades pedagógicas transversais, que têm o objetivo de dar continuidade, em sala de aula, aos temas desenvolvidos na peça apresentada. “Os materiais foram desenvolvidos por uma equipa de profissionais com experiência no ensino e visam criar o gosto pelo teatro e pela música”, explica Fernando Tavares.
A Plateia d’Emoções, recorde-se, costuma desenvolver cerca de 150 espetáculos por ano, maioritariamente idealizadas para o público em idade escolar, e ter em agenda um punhado produções teatrais por época, cujas digressões costumam levar a companhia a quase uma vintena de cidades, muitas vezes com peças diferentes em simultâneo.