
A Câmara de Aljustrel tem uma equipa de acompanhamento técnico e social no terreno, para fazer um levantamento das necessidades das pessoas que foram afetadas pelo incêndio que deflagrou na segunda-feira neste concelho do distrito de Beja.
Segundo a vereadora Liliana Mendes, a criação desta equipa tem por objetivo “fazer um diagnóstico célere” e recolher “o máximo de informação possível que possa ajudar ao complemento de processos e identificar necessidades sentidas pelas populações”.
“O que queremos com isto é perceber, para já, como é que estão as pessoas, manter tudo calmo e se há aqui alguma coisa, em primeira linha, que podemos tentar solucionar”, disse.
A equipa criada pelo município alentejano é constituída por técnicos de várias divisões da autarquia, acompanhada pela União de Freguesias de Aljustrel e Rio de Moinhos e pela GNR.
“Se houve alguma coisa que seja dentro do que é a nossa capacidade e competência, vamos tentar minimizar aquilo que foram os prejuízos. E não sendo nossa competência ou não tendo essa capacidade, tentaremos encaminhar para quem direito”, explicou Liliana Mendes.
A vereadora disse ainda que, além de “dar uma palavra”, a equipa irá também dar apoio na área psicológica, “para as pessoas sentirem que não estão sozinhas”.
“Há, eventualmente, questões sociais que podemos vir a minimizar e é também com esse objetivo que aqui estamos”, reforçou.
O incêndio que deflagrou na segunda-feira ao início da tarde no concelho de Aljustrel, foi dado como dominado pouco antes das 21:30, disseram à Lusa fontes da Proteção Civil.
O fogo eclodiu numa área florestal no Monte do Cerro, na zona de Messejana, e chegou a mobilizar seis meios aéreos e mais de 250 operacionais, consumindo também muita área de pasto.
Numa conferência de imprensa realizada ao início da noite, com o fogo ainda ativo, o presidente da Câmara de Aljustrel, Carlos Teles, explicou que as chamas já tinham consumido cerca de 1.000 hectares.
Questionada pela Lusa sobre se já havia uma atualização relativamente à área ardida, a vereadora Liliana Mendes disse que, “de momento, ainda não”.
O incêndio obrigou à retirada de pessoas, por parte da GNR, de três residências em dois montes perto da localidade de Carregueiro e causou danos materiais num casão de apoio agrícola, segundo as autoridades.
No combate às chamas acabaram por ser assistidos sete bombeiros devido a exaustão e inalação de fumos, dois dos quais foram transportados para o hospital de Beja e outro para o Serviço de Urgência Básico de Castro Verde.
As chamas implicaram ainda o corte temporário de rodovias, como o troço entre Aljustrel e Castro Verde da Estrada Nacional 2 (EN2), tendo a circulação sido restabelecida às 22:16.
Os trabalhos de rescaldo e vigilância do incêndio prosseguem hoje e, às 11:45, de acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), mobilizavam 168 operacionais, apoiados por 60 viaturas.
Os danos causados pelas chamas levaram a Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), com sede em Castro Verde, a disponibilizar, logo na segunda-feira, um camião carregado com 20 toneladas de feno a um dos produtores mais afetado pelo incêndio.
A AACB está agora a efetuar o levantamento dos prejuízos e necessidades de outros agricultores seus associados, disse hoje à Lusa o seu presidente, António Aires.