Não consigo sublinhar suficientemente o título que escolhi para este artigo. Já que a NBA não consegue premiar os adeptos com jogos ao longo de todo o ano, podemos, pelo menos, ocupar a nossa atenção e discussão com as mexidas que por aí se vão realizando.

Há que destacar quem bem sabe fazer o seu trabalho. Como tal, passarei a elencar os motivos que me fazem eleger os Rockets, Nuggets, Thunder e Hawks como as equipas a tomares as melhores decisões nesta offseason (ou, pelo menos, algumas das mais prudentes).

Houston Rockets – agora vamos à luta

Acrescentar Kevin Durant a um plantel já diz muito. Até podia ficar por aqui no que a esta equipa diz respeito. Mas não o farei.

Valerá ao segundo classificado a Oeste na regular season da temporada passada a filosofia associada ao seu treinador, Ime Udoka. Afinal, há quem celebre a defesa. Ainda mais importante será para rodear KD de uma colegas mais que capazes de manter o cesto intacto, já que, no ataque, e mesmo com uma idade avançada, o extremo dá conta do recado.

Falava da trade que trouxe Kevin Durant para os Rockets há pouco tempo, também num artigo de opinião. Ainda assim, volto a destacar a importância de conseguir adquirir um super-estrela da NBA sem ter de abdicar das duas peças mais promissoras da equipa do Texas – Sengun e Thompson.

Além disso, de forma a garantir a profundidade do plantel, acrescentaram à equação Clint Capela e Dorian Finney-Smith. Há que temer esta – cada vez mais real – ameaça.

Denver Nuggets – aquilo que Jokic precisa

Para que seja possível elogiar a offseason da turma de Denver, não é necessário muito: basta dar a Nikola Jokic as armas necessárias para ser bem-sucedido. Em que é que isso se traduz? Eu bons lançadores no exterior, bons defensores e atletas que saibam trabalhar sem bola.

Além disso, e porque a liga assim exige, é crucial apresentar um plantel profundo e com diferentes armas que possam brilhar em diferentes ocasiões. Para os Nuggets, as chegadas de Cam Johnson e de Bruce Brown, os role players perfeitos, enquadra-se perfeitamente. Um deles, aliás, sabe muito bem o que é trabalhar ao lado do poste sérvio. Mais que isso, sabe o que é vencer com ele.

Relativamente a Cam Johnson, trocado por Michael Porter Jr., acredito que ambas as partes podem ficar satisfeitas. Johnson está numa situação melhor para vencer, num estilo que poderá trazer o melhor do seu jogo ao de cima, e MPJ terá espaço para assumir as rédeas do ataque. Para as equipas, Denver acrescenta uma peça com um perfil determinante para uma equipa vencedora e os Brooklyn Nets podem avançar, quem sabe, para uma reconstrução.

OKC Thunder – em equipa que ganha, não se mexe

Não há que enganar. Com uma equipa jovem, talentosa e motivada, o melhor que Sam Presti poderia ter feito seria manter a fórmula. Assim fez.

Os Thunder posicionam-se num enquadramento raro para equipas campeãs: todos os seus jogadores continuam em contrato um ano depois de vencerem o ring. Apenas precisavam de garantir duas coisas: a continuidade de SGA no longo prazo e que o plantel tivesse espaço para acrescentar uma nova aquisição via draft.

Como tal, Shai assinou o contrato mais recheado na NBA (cerca de 245 milhões de euros distribuídos por quatro anos) e Dillon Jones foi trocado por picks, permitindo a entrada de Thomas Sorber, selecionado com a 15ª escolha do draft deste ano.

Agora, os fãs da franquia de Oklahoma apenas podem esperar que a equipa continue a melhor, que as relações entre membros da equipa se consolidem ainda mais e, consequentemente, que o número de vitórias da regular season aumente. Para não falar, claro está, da revalidação do título.

Atlanta Hawks – pouco se fala, mas muito se conseguirá

Vejo os Hawks como uma das equipas a demonstrar-se mais inteligente nesta offseason. Melhor que isso será o facto de não ser uma das franquias cujas movimentações são avaliadas de melhor forma pelo julgamento do público. Mas, como todos sabemos, isso pouco – ou nada – importa.

A turma de Atlanta acrescenta tiro exterior e defesa, dois dos aspetos mais importantes no basquetebol moderno. Kristaps Porziņģis e Nickeil Alexander-Walker personificam isso mesmo.

Assim, o grupo de companheiros de Trae Young cresce e, acima de tudo, embeleza-se, também com o apoio de Dyson Daniels, Luke Kennard, Onyeka Okongwu e Zaccharie Risacher. Se tudo funcionar, não me parece de todo um exagero afirmar que poderemos estar a falar de um forte candidato a vencer o Este.