
Nuno Borges, número um nacional, despediu-se do Millennium Estoril Open, apesar de ter ameaçado mais uma reviravolta, porém, o maiato de 28 anos não resistiu ao sérvio Miomir Kecmanovic que venceu por 6/0, 6/7(5) e 6/4, nos quartos de final do Challenger 175.
Nuno Borges entrou mal, tão mal que demorou 23 minutos para ver o marcador registar 6/0 no primeiro set e descarregar a sua frustração em duas bolas que atirou para o infinito.
O público batia com os pés nas bancadas, chamava pelo português e até os camarotes onde estava, por exemplo, o guarda-redes da equipa de futebol do Sporting, Rui Silva, tentavam fazer a sua parte.
«Reagi porque ele deixou-me entrar no jogo, acho que se ele tivesse mantido o nível, eu ia perder 6/0, 6/1 ou 6/0 e ia para casa assim. Felizmente ele não conseguiu manter o nível, mas acho que tive de esperar um bocadinho por ele, porque realmente da maneira como ele estava a jogar eu não tinha hipóteses», admitiu Borges desiludido.
«Acho que ele foi muito superior do início ao fim, eu consegui enrolá-lo, digamos assim, e dar-lhe um bocadinho de esperança, acho que ele também sentiu o momento. Consegui agarrar-me a esse momento e ainda me dei algumas hipóteses, mas acho que ele jogou melhor, ele serviu melhor, respondeu melhor. Eu fui tentando aproveitar aquilo que conseguia, muito inconstante, muito só na luta com o coração e depois no fim não consegui assumir o jogo», reconheceu o luso, 41.º do ranking ATP.
No segundo parcial, Nuno Borges esteve a perder por 5/2 mas conseguiu salvar dois match points e virar o encontro vencendo o tie-break.
«Ele simplesmente foi muito superior, estava um bocadinho abaixo daquilo que normalmente estaria se estivesse totalmente fresco, mas a verdade é que ainda me senti com energia para continuar a competir, aguentei-me até ao fim e acho que o fator físico acabou por não ser tão decisivo como o nível dele», justificou com um sorriso tímido.
No terceiro e decisivo set Borges até conseguiu recuperar um break de desvantagem, ainda assim, foi mesmo Kecmanovic a carimbar a vitória. O número 1 português segue agora a temporada de terra batida em Itália, onde vai jogar o ATP 1000 de Roma, que marca o regresso de Jannik Sinner aos courts.
«Eu não vim aqui para me preparar para a Roma, eu vim aqui até para ganhar o Estoril Open. Obviamente que vou competindo e assim passando mais horas em jogo, o que não dá necessariamente mais confiança, mas dá para aproveitar algumas coisas e, claro, dar-me confiança para Roma, de certa maneira. Acho que até foi uma boa preparação, nem que seja física».