"Estou muito desiludido com a Rússia, mas também estou desiludido com a Ucrânia, porque acho que podia ter sido alcançado um acordo" para pôr fim ao conflito provocado pela invasão russa, declarou Donald Trump, durante uma conversa com a imprensa na Casa Branca.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e as negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, até este ano se realizarem duas rondas negociais sem grandes avanços, em Istambul, na Turquia.

Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, asseverando que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data.

No início de junho, afirmou que talvez seja melhor deixar a Ucrânia e a Rússia "lutar durante algum tempo" antes de as separar e procurar alcançar a paz, comparando a guerra entre os dois países a "uma luta entre duas crianças pequenas que se odeiam".

A Ucrânia pede aos aliados garantias sólidas de segurança, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao passo que a Rússia quer uma Ucrânia "desmilitarizada" e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.

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