O papel da Irmã Maria da Santíssima Trindade, na Madeira, foi muito importante, tendo sido a fundadora do Externato da Apresentação de Maria no Funchal. Isso mesmo frisou Cristina Trindade, esta manhã. Nascida em 1893, no seio de uma família com “tradição na arte do fazer”, na Madeira, Leontina d’Ornelas e Vasconcelos faz parte da cultura madeirense.

Está a decorrer a sessão de abertura do congresso global Educação, Solidariedade e Evangelização. Decorreu a sessão ‘Origem familiar e percurso de vida da fundadora das Irmãs da Apresentação de Maria na Madeira: A Irmã Maria da Santíssima Trindade (Leontina d’Ornelas e Vasconcelos)’ com a docente Cristina Trindade, docente na Universidade da Madeira.

A família de Leontina d’Ornelas e Vasconcelos era endinheirada, com vários bens, o que possibilitou o seu percurso pessoal. Aos 12 anos, com a morte do avô, assumiu que aprofundou a sua vertente religiosa, tendo estudado no Colégio das Irmãs Missionárias de Maria.

O gosto pela música, por parte da irmã mais nova, levou a que a família rumasse para a Alemanha, numa fase em que a mãe de Leontina d’Ornelas e Vasconcelos era já viúva. Dada a Guerra, rumaram então para a Suíça. Acabariam por estudar no Instituto Católico, gerido pelas Irmãs da Apresentação de Maria. Deu-se então o regresso a Lisboa, com a mãe doente, onde começou a dar aulas.

Foi nessa fase que começou com projectos para a criação de uma escola. Em 1924 já tinha reunido 30 vocações, para que se criasse então uma escola. Tratava-se então de uma “empreendedora social”, que não tinha como visão o lucro. Apesar de necessitar de rendimentos para conseguir levar a cabo as suas iniciativas, esse não era um imperativo. No fundo, era necessário cobrar pela Educação dos mais ricos, para poder investir na educação dos mais pobres.

A Irmã Maria da Santíssima Trindade abriu um curso de cultura geral para “meninas de elite”, no Externato da Apresentação de Maria, a nova escola religiosa dedicada ao ensino das raparigas. Formou ainda em Gaula um estabelecimento de educação, a pedido do pároco local, em 1928. Em 1934, as Irmãs instalam-se nos Prazeres. Em 1935 abrem um lar de protecção à rapariga.

Em 1938 saem da Madeira e vão para Setúbal, uma zona carente do ensino religioso. Esta expansão na Madeira e em Setúbal fez-se gastando todo o património de bens que a Irmã tinha herdado da família.

A irmã Maria da Trindade descrevia-se como uma pessoa com foco. Num retrato final, feito por Cristina Trindade, aponta características como gestora criteriosa dos recursos, que não desanimava quando as situações se tornavam difíceis, bem como se entregava aos seus projectos. Uma mulher empreendedora.