O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, vai reunir, esta terça-feira, com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, com vista a discutir “questões estruturais” para a Região Autónoma da Madeira, entre elas a necessidade de uma resolução do Conselho de Ministros para avançar com a terceira fase da obra do hospital da Madeira.

“É urgente clarificar a actualização de custos e a assunção da comparticipação de 50% por parte do Estado”, disse, afastando o risco de paragem nos trabalhos, uma vez que o Governo Regional dispõe de fundos para o arranque da fase seguinte.

Para além da Lei das Finanças Regionais, que urge rever, por ser “desajustada e penalizadora”, o governante não concorda que o crescimento económico da Madeira seja impedimento para o acesso a fundos de coesão europeus, por força do actual modelo de indexação. “Se crescemos, somos penalizados (...), se fôssemos uns falhados e tivéssemos o PIB a regredir éramos compensados”, frisou.

Outros temas na agenda do encontro com o Executivo nacional incluem o atraso no envio de um segundo meio aéreo de combate a incêndios – previsto para 1 de Julho –, a devolução de IVA a instituições sociais que realizam obras no âmbito do PRR e os pagamentos dos subsistemas de saúde às forças de segurança. “Temos de assegurar que os nossos profissionais têm as condições de que necessitam para servir a população. Isso é uma responsabilidade do Estado”, apontou.

O chefe do Executivo falava, esta tarde, durante a inauguração da loja Urban Sole, no Funchal, que é propriedade do grupo Madeira Saúde, destacando o dinamismo do sector empresarial jovem e reafirmando o apoio do Executivo à diversificação económica.

“É sempre positivo ver mais uma loja abrir portas, sobretudo quando se trata de um jovem empresário madeirense [Nuno Claro] com visão e vontade de investir”, afirmou, sublinhando que a nova loja oferece marcas de moda voltadas para o público jovem.

Depois de ter sido questionado, durante a manhã, sobre os constrangimentos no Aeroporto da Madeira, Albuquerque respondeu agora sobre notícias que dão conta de crianças madeirenses no aeroporto de Lisboa, sem condições, devido a cancelamentos de voos para a Madeira, conforme o DIÁRIO noticiou.

“Lamento imenso que isso tenha acontecido, mas não consigo condicionar o tempo, nem posso forçar os aviões a aterrar fora dos limites operacionais”, afirmou, voltando a referir que os limites operacionais estão a ser devidamente revistos, para que depois se possam tomar decisões técnicas.

Urban Sole representa investimento de 350 mil euros e nova aposta do grupo 'Madeira Saúde'

Nuno Claro, responsável técnico da Madeira Saúde e agora também da nova loja Urban Sole, inaugurada no centro do Funchal, explicou que este novo espaço representa uma aposta estratégica fora do ‘core business’ habitual do grupo, tradicionalmente ligado ao fornecimento de material de saúde e dispositivos médicos.

“O nosso core business é material de saúde e dispositivos médicos. Esta loja surge numa lógica de diversificação, num segmento que identificámos com grande potencial: a procura por marcas premium de calçado e vestuário”, explicou.

O investimento total nesta nova superfície comercial ronda os 350 mil euros, incluindo stocks e a renovação da loja, que funciona em regime de arrendamento. Foram criados dois postos de trabalho directos, com possibilidade de expansão consoante a evolução do negócio. “Estamos a testar o mercado, a perceber a reacção dos clientes às novas marcas”, referiu o responsável técnico.

Relativamente ao desempenho global do Grupo Madeira Saúde, que integra também um laboratório, duas superfícies comerciais e a área de distribuição, Nuno Claro afirmou que a fasquia para este ano é que o volume de negócios ultrapasse os dois milhões de euros. “É esse o patamar e acreditamos que será superado este ano”.