
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou hoje na Bósnia-Herzegovina, que "não há lugar na Europa e noutra parte para negar o genocídio", quando se assinalam os 30 anos do massacre de Srebrenica.
"Em Srebrenica, para prestar homenagem às vítimas do genocídio, à memória dos que foram brutalmente assassinados, às suas famílias e aos que continuam desaparecidos 30 anos depois. Não há lugar na Europa - ou em qualquer outra parte - para a negação do genocídio, o revisionismo ou a glorificação dos responsáveis", escreveu António Costa na rede social X.
Segundo o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE), ainda urge "percorrer juntos o caminho para a reconciliação" entre as partes no país, quando se assinala o 30.º aniversário do genocídio de Srebrenica, durante o qual mais de 8.000 homens e rapazes muçulmanos bósnios foram assassinados.
"Estamos empenhados em apoiar a Bósnia-Herzegovina na superação do legado do passado e na construção de um futuro como membro da UE, onde prevaleçam a paz, a justiça, a dignidade humana e a prosperidade", adiantou o responsável.
Também numa mensagem hoje publicada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recorda este como um dos "capítulos mais negros da memória coletiva da Europa".
"A União Europeia nunca esquecerá o que aconteceu nesta cidade. Reconhecemos o nosso passado e reconhecemos a nossa responsabilidade por não termos conseguido prevenir e impedir o genocídio e também nunca permitiremos que a história seja reescrita", acrescentou.
Apelando à reconciliação das diferentes partes na Bósnia-Herzegovina, a responsável apelou à "grande responsabilidade dos líderes políticos".
Já numa alusão ao processo de adesão à UE, Ursula von der Leyen assegurou que a União Europeia apoia o país.
"Continuamos totalmente empenhados em apoiar o vosso país na via da adesão à UE. Os dirigentes políticos devem fazer a sua parte para que o vosso país possa encontrar o seu lugar no coração da nossa União, onde pertence", concluiu.
A Bósnia-Herzegovina é candidata oficial à adesão à União Europeia desde dezembro de 2022, após anos de esforços para alinhar as suas instituições e políticas com os critérios comunitários.
A candidatura representa um passo importante para o país, que ainda enfrenta desafios significativos em áreas como o Estado de direito, a luta contra a corrupção e a estabilidade política interna.
Apesar das dificuldades, a perspetiva europeia continua a ser um fator de motivação para reformas e cooperação regional.