Yuri Grigorovich, um dos maiores nomes do ballet mundial e coreógrafo por mais de três décadas do icônico Teatro Bolshoi de Moscou, morreu hoje, dia 19 de maio aos 98 anos.

A morte do artista, que marcou a história da dança clássica, foi confirmada por agências de notícias russas, como a TASS e a RIA Novosti.

Nascido em 1927, na era soviética, Grigorovich iniciou sua carreira como bailarino solista no ballet Kirov (atualmente conhecido como Ballet Mariinski), em Leningrado (atual São Petersburgo), antes de se dedicar à coreografia.

Sua trajetória no Bolshoi começou em 1964, onde, ao longo de 30 anos, impulsionou a companhia a uma projeção internacional sem precedentes, combinando força dramática e rigor técnico em suas criações.

Durante seu período à frente do Bolshoi, Grigorovich foi responsável por transformações significativas, como a internacionalização do grupo e a criação de espetáculos que se tornaram marcos da dança clássica, no entanto, sua saída em 1995 foi marcada por uma grave crise interna na companhia, que enfrentava dificuldades financeiras após o colapso da União Soviética.

A decisão de Grigorovich de deixar o Bolshoi resultou na primeira greve dos bailarinos da história do teatro, um episódio que chocou o mundo da dança.

Após sua saída do Bolshoi, o coreógrafo fundou uma nova companhia de dança em Krasnodar, mas retornou ao teatro moscovita em 2008, onde seguiu atuando como mestre de ballet e coreógrafo.

Ao longo de sua carreira, recebeu as mais altas honrarias da Rússia, incluindo o título de Artista do Povo da URSS e Herói do Trabalho Socialista.

Em 2017, o Bolshoi comemorou o 90º aniversário de Grigorovich com uma série de apresentações em sua homenagem, sua morte coincide com a de Yuri Vladimirov, um de seus bailarinos mais notáveis, que faleceu aos 83 anos.

O Teatro Bolshoi declarou que irá preservar a memória e o legado “inestimável” de Grigorovich, que continua a ser uma figura central na história do ballet mundial.