
O ator brasileiro Wagner Moura foi premiado hoje, dia 24 de maio, com o Prémio de Melhor Ator no Festival Internacional de Cinema de Cannes, pelo seu papel no filme “O Agente Secreto”, do cineasta Kleber Mendonça Filho.
Moura, de 48 anos, é um dos nomes mais conhecidos do cinema brasileiro, tendo se destacado internacionalmente pela sua interpretação do narcotraficante Pablo Escobar na série Narcos, da Netflix.
Em “O Agente Secreto”, que se passa no Recife de 1977, durante o regime militar, Wagner Moura interpreta Marcelo, um especialista em tecnologia que retorna à sua cidade natal em busca de paz, mas acaba envolvido em um ambiente de segredos e perigos.
O filme, uma coprodução entre Brasil, França, Holanda e Alemanha, também foi reconhecido com um prémio fora da competição oficial, ao ser considerado o melhor do festival pelo júri da crítica da FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema).
O júri da crítica justificou a sua escolha destacando a “generosidade romanística e épica” do filme, que oferece um olhar sobre um tempo e lugar históricos, evocados com “digressão, diversão, humor e caráter”.
No elenco do filme, além de Wagner Moura, estão nomes como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone e Hermila Guedes.
Enquanto o festival seguia com a sua programação, a cerimónia de encerramento foi marcada por dois cortes de eletricidade em Cannes e nas localidades vizinhas, as autoridades francesas estão a investigar a possibilidade de sabotagem, após um incêndio suspeito numa subestação e a queda de um poste de alta tensão terem originado falhas no fornecimento de energia, afetando cerca de 160.000 casas.
A organização do festival manteve a cerimónia, utilizando geradores independentes, mas as sessões previstas fora do Palácio dos Festivais foram canceladas.
A noite de encerramento também trouxe expectativas sobre possíveis prémios políticos, com o júri, liderado pela atriz Juliette Binoche, a poder premiar realizadores dissidentes como o iraniano Jafar Panahi, que se encontra em Cannes após 15 anos de prisão domiciliária, ou o ucraniano Sergueï Loznitsa, levantando questões de expressão política através da arte no contexto atual.