
No âmbito da 2ª Edição do Roteiro do Livro Insubmisso promovido pela Direção da Organização Regional de Braga do Partido Comunista Português, foi realizada em Fafe, no Café Essência Past, a apresentação pública do livro “Os Lusíadas. Antologia temática e texto crítico” de António Borges Coelho publicado pelas Edições Avante!

Esta apresentação coincide com as celebrações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões e contou com a presença de José António Gomes, escritor e professor do ensino superior, José Manuel Mendes, escritor e professor do ensino superior, e Leonor Castro, professora e ensaísta fafense. Coube a Alexandre Leite, da DOR Braga do PCP a apresentação da iniciativa. Neste acontecimento cultural foi também divulgado um número especial da revista “Vértice” dedicado à obra de Luís de Camões
José António Gomes apresentou o percurso e obra de António Borges Coelho, recordando a sua dimensão de preso antifascista e lutador pela democracia que foi, de historiador, professor, escritor e poeta. Para José António Gomes, o livro contém um roteiro cronológico para qualquer leitor, estudante ou professor que pretenda conhecer ou abordar “Os Lusíadas”. Referiu o carácter profundamente original de “Os Lusíadas”: trata-se, na história do género, da primeira grande epopeia escrita por um homem que viveu poucas décadas depois dos acontecimentos que narra – a viagem do Gama – e que também ele, como o Velho do Restelo, “co’um saber só de experiências feito” (IV, 94), conheceu grande parte dos lugares que essa mesma viagem percorre. Por outro lado, e como tem sido apontado, e bem, por alguma crítica contemporânea, “Os Lusíadas” é também um texto que representa o crepúsculo de um género, a epopeia, desviando-se deliberadamente das características dos modelos clássicos.
Leonor Castro salientou como elemento marcante e distintivo na obra de Camões o relevo dado “não um herói individual, mas sim a um grande herói coletivo que é o povo português, autor e protagonista dos feitos relatados”.
Por seu lado, José Manuel Mendes qualificou Camões como um agente da metamorfose do mundo, num tempo de Inquisição e práticas muito restritivas. Para o escritor, Camões foi alguém que viveu e agiu ativamente num contexto em transformação. José Manuel Mendes qualificou também Camões como um grande contribuidor para a modernização da Língua Portuguesa.