A Câmara Municipal de Setúbal (CMS) aprovou esta quarta-feira, dia 18 de junho, a ratificação do parecer sobre a imersão de dragadas resultantes de dragagens no rio Sado, no qual propõe o aproveitamento de areias para combater o desassoreamento das praias.
“A Câmara Municipal de Setúbal propõe que se considere a utilização dos sedimentos dragados, que reúnam as condições de qualidade exigida, para recarga das praias da Arrábida no concelho de Setúbal, por forma a contrariar o processo de desassoreamento em que se encontram”, escreve a autarquia em comunicado.
Segundo a CMS, a análise laboratorial às amostras recolhidas revela que em grande parte do troço a dragar, ou seja, a escavar para a retirada de sedimentos (terra, areia) “predominam sedimentos de classe de qualidade 1”, isto é “material dragado limpo”, sem a presença de lixo. Assim, este material pode ser depositado no “meio aquático” ou reposto em “locais sujeitos a erosão ou utilizado para alimentação de praias sem normas restritivas”.
As praias da Arrábida, em particular as do Portinho da Arrábida/Creiro, Galapos e Galapinhos e na zona da Gávea, “têm vindo a sofrer com processos de desassoreamento ao longo do tempo”, ou melhor, perda ou remoção de areia e sedimentos, “com origem em alterações na dinâmica flúvio-marinha e costeira”. As que levaram ao desaparecimento do areal
Neste sentido, a Câmara Municipal de Setúbal considera “que parte dos dragados a imergir”, devem ser destinados às praias da Arrábida que apresentam uma “situação preocupante de desassoreamento”. Assim, as praias da Arrábida, que têm visto o areal desaparecer e ficar reduzido a pedras, podem reaver a areia.
Segundo a autarquia o parecer resulta do “pedido de utilização de duas áreas do espaço marítimo nacional” para a “imersão de dragados”, ou melhor, sedimentos escavados, “no âmbito de dragagens de manutenção do porto de Setúbal, realizadas entre 26 de maio e 16 de junho” pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra.