
Um incidente ocorrido na manhã do dia 28 de dezembro no Centro de Saúde de Vieira do Minho está a gerar preocupações entre os utentes e autoridades locais. Um cidadão que necessitava de sutura para tratar um corte foi recusado no local, apesar de estarem presentes um médico e um enfermeiro de serviço. O utente foi encaminhado para a Urgência do Hospital de Braga, aumentando a pressão sobre este serviço hospitalar já sobrecarregado.

A situação é particularmente questionável dado o recente investimento de mais de um milhão e meio de euros no novo edifício do Centro de Saúde, projetado para melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde na região. Além disso, o horário alargado, com funcionamento entre as 20h00 e as 24h00, foi implementado com o objetivo de oferecer maior disponibilidade e apoio à população local.
A decisão de encaminhar o caso para Braga, em vez de tratá-lo localmente, está a levantar dúvidas sobre a gestão dos recursos e o cumprimento do propósito do centro. Em declarações, residentes questionam o motivo para a recusa do atendimento, considerando que o procedimento necessário é básico e passível de resolução no local.
Em resposta às questões levantadas, a ULS de Braga esclareceu que “houve a necessidade de avaliação clínica com recurso a exames de Imagiologia e Ortopedia, pelo que a utente foi encaminhada para o Serviço de Urgência da ULS Braga, garantindo os melhores cuidados face às suas necessidades.”
Contudo, o utente, face aos constrangimentos que previa encontrar no Hospital de Braga, que estaria sobrecarregado e onde levaria horas para ser atendido, optou por deslocar-se diretamente ao Hospital António Lopes, na Póvoa de Lanhoso. Lá foi imediatamente atendido por um médico, tendo o corte sido suturado no momento. No entanto, o utente teve que pagar do seu bolso o ato médico realizado.
Esta situação levanta novas questões sobre o impacto das decisões tomadas nos centros de saúde locais na acessibilidade e na confiança dos utentes no sistema público de saúde.