
O líder parlamentar do PSD desafiou hoje o autarca da CDU de Évora a ser “mais proativo” nas acessibilidades para o futuro hospital central do Alentejo e responsabilizou governos do PS por atrasos neste projeto e da capital da cultura.
Hugo Soares falava aos jornalistas após a direção do grupo parlamentar do PSD ter visitado a Associação Évora 2027 – Capital Europeia da Cultura e ao futuro Hospital Central do Alentejo, com data prevista de conclusão das obras para final de 2026 ou início de 2027.
“Nas duas, os senhores jornalistas, como os senhores deputados que me acompanham, puderam constatar os constrangimentos verdadeiros, reais, que aconteceram nos últimos anos, os atrasos que aconteceram nos últimos anos, para que estas duas realidades possam ser possíveis”, afirmou, dando eco às queixas feitas pelos responsáveis em ambas as visitas, integradas nas jornadas parlamentares PSD/CDS-PP.
Hugo Soares afirmou que muitas vezes, quer a comunicação social quer a oposição, questionam “se a herança era assim tão nefasta e tão complicada” desde que o primeiro Governo PSD/CDS-PP assumiu funções, em abril de 2024.
“A constatação que hoje fizeram serve de exemplo para o facto de nós termos herdado um país em 2024 onde de facto os constrangimentos e os atrasos em questões e em matérias essenciais ou aconteciam por incompetência ou por absoluta inércia do Governo”, disse.
Em concreto, sobre a questão do hospital, onde foram transmitidas aos deputados dificuldades na assinatura do protocolo pela Câmara que permitirá construir as acessibilidades e o saneamento, Hugo Soares deixou um repto ao autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá, eleito pela CDU, que já não se pode recandidatar a novo mandato.
“Sei bem que, por isso, não terá que prestar contas por coisa alguma no futuro (….) Eu queria daqui exortar e apelar ao sr. Presidente da Câmara de Évora que pudesse ser mais diligente, mais proativo, que possa assinar o protocolo que ainda não quis assinar, para que, pelo menos depois do hospital estar pronto, possamos ter as acessibilidades num breve prazo”, apelou.
Na apresentação feita por Margarida Silveira, vogal da antiga Administração Regional da Saúde no Alentejo, foi feita a cronologia do lançamento da obra e dos vários problemas com que se tem deparado, sendo a mais recente a da dificuldade de concluir o protocolo para que sejam construídas as acessibilidades.
“Assistiram ao calvário que é chegar a um hospital central que está a ser construído, que é a maior obra que está a ser construída em território de Portugal Continental, é uma obra de referência para o Serviço Nacional de Saúde, que vai ficar pronta sem ter acessibilidades. Isto é um dos sinais de falta de planeamento grotesco que o país teve nos últimos oito anos”, acusou Hugo Soares.
Por seu lado, o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, assegurou que o Governo “está a tornar e considerar prioritária” a conclusão deste hospital e quis saudar o Governo PSD/CDS-PP por “ter tido a coragem de colocar a reforma do Estado como uma prioridade”.
“Nós assistimos aqui à cronologia, desde o lançamento do projeto em 2006 até aos dias de hoje e, de facto, nós temos de ter capacidade de reformar o Estado, de fazer a guerra à burocracia e de conseguir que o Estado preste o melhor serviço à população”, defendeu.
Para o líder da bancada do CDS-PP, o Estado terá de ter a capacidade de, garantindo “toda a transparência e solidez dos processos”, ter a capacidade que este tipo obras seja concluído “num prazo muitíssimo mais curto daqueles que acontecem agora”.
As jornadas parlamentares PSD/CDS-PP decorrem até terça-feira em Évora e terão entre os convidados o candidato presidencial Luís Marques Mendes, o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes e o cardeal Américo Aguiar.
As jornadas, que decorrem sob o lema “Transformar Portugal”, serão encerradas na terça-feira pelo líder do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro.