Portugal continental continua a ser a exceção europeia neste verão atípico, mantendo temperaturas elevadas e estabilidade atmosférica, enquanto grande parte da Europa enfrenta um cenário de frescura anómala e até episódios de chuva.

Segundo o modelo de referência ECMWF, o calor em território nacional deverá prolongar-se pelo menos até sábado, 2 de agosto, mantendo os termómetros persistentemente acima da média

Uma bolha de calor… estacionária

A combinação do anticiclone dos Açores, fixado a oeste da Península Ibérica, com a depressão térmica instalada no interior do país e a atuação de ventos secos e quentes de Leste tem sido responsável por aprisionar o calor em solo português.

O IPMA já emitiu aviso amarelo para 17 dos 18 distritos do continente, em vigor até quinta-feira, 31 de julho, podendo ser prolongado consoante a persistência dos valores extremos.

Ondas de calor a sul, tempo fresco no resto da Europa

Enquanto países como França, Alemanha ou Reino Unido enfrentam temperaturas abaixo da média devido à atuação de massas de ar polar e centros de baixa pressão, Portugal segue na contramão.

Estão previstas temperaturas entre os 35 ºC e os 40 ºC em regiões como:

  • Beira Baixa (Castelo Branco)
  • Ribatejo (Santarém)
  • Alentejo (Évora, Beja e Portalegre)
  • Sotavento Algarvio (Faro)
  • Algumas zonas de Coimbra e do vale do Douro

O contraste térmico é evidente: Portugal apresenta anomalias positivas de até +15 ºC, ao passo que o resto do continente europeu vive um verão atipicamente fresco.

O que esperar nos próximos dias?

As previsões apontam para poucas oscilações nas máximas até ao início de agosto. O padrão atmosférico, dominado por estabilidade e ar quente, deverá manter-se pelo menos até o próximo sábado.

Enquanto a Europa se abriga da instabilidade, Portugal assume-se como o último reduto do verão clássico,seco, soalheiro e abrasador.