Uma operação de fiscalização de trânsito resultou ontem numa violenta tentativa de homicídio contra um agente da PSP, na sequência de uma fuga insólita iniciada na Praça das Portagens da Ponte 25 de Abril, em Almada, e concluída horas depois com a detenção de dois suspeitos em Albufeira.

O incidente ocorreu pelas 09h40 do dia 2 de junho, quando o condutor de uma viatura desobedeceu à ordem de paragem dada por um polícia da Divisão de Trânsito do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP. De imediato, os agentes iniciaram uma perseguição que terminou na Travessa de São Domingos de Benfica, em Lisboa.

Segundo a PSP, no momento da abordagem, o condutor da viatura em fuga efetuou marcha atrás de forma brusca e violenta, colidindo com um motociclo da polícia e atropelando um dos agentes. O impacto foi tal que o veículo passou por cima do corpo do polícia pelo menos duas vezes.

Apesar de ter disparado dois tiros na tentativa de travar o agressor, a ação não surtiu efeito. Momentos antes do atropelamento, o condutor ainda atirou para fora do carro uma arma de fogo de calibre 6.35mm e dois sacos de plástico contendo produto suspeito de ser estupefaciente.

Após o atropelamento, dois ocupantes da viatura — ambos do sexo masculino — fugiram a pé. Uma terceira ocupante, uma jovem de 16 anos, foi detida no local com o auxílio de um cidadão que também prestou assistência ao agente ferido.

O polícia foi socorrido no local pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM e transportado em estado grave para o Hospital de Santa Maria, onde permanece internado com lesões na grelha costal, pulmões, fígado, cabeça e perna esquerda. Apesar da gravidade dos ferimentos, encontra-se estável e fora de perigo.

Já na madrugada desta terça-feira, por volta da 01h40, a PSP de Faro, com apoio da GNR, intercetou em Albufeira dois cidadãos estrangeiros — um homem de 22 anos e uma mulher de 19 — suspeitos de envolvimento direto na ocorrência. A PSP acredita que o homem seja o autor do atropelamento.

A investigação encontra-se agora a cargo da Polícia Judiciária, sob a direção do Ministério Público, que dará seguimento às diligências processuais.

Em comunicado, a PSP lamentou “a violência da ação hostil” e agradeceu o apoio prestado por diversas entidades, incluindo o INEM, a GNR, a PJ e o cidadão que colaborou na retenção de uma das suspeitas. A força de segurança reafirmou ainda o seu “empenho no combate à criminalidade e na promoção da segurança pública”.