Com um auditório com cerca de 120 pessoas, entre militantes e simpatizantes do distrito de Setúbal e discursos carregados de emoção e ambição, a Aliança Democrática (PSD/CDS-PP) oficializou, este fim de semana, a sua candidatura à Câmara Municipal de Palmela. Roberto Cortegano é o nome escolhido para liderar a proposta autárquica da coligação, tendo como mandatária a professora e cidadã ativa Maria Ataz, que prestou homenagem ao seu falecido marido, António Cássio, fundador de muitos projetos locais e defensor do desenvolvimento do concelho.

Durante a apresentação, Maria Ataz destacou o sentimento de responsabilidade e o legado pessoal que a motivam a apoiar este projeto. “Este é um apelo por mudança, pelo futuro de Palmela. O Roberto conhece profundamente o concelho, não está agora a descobrir os seus problemas”, afirmou, garantindo que a candidatura apresenta soluções concretas com “verdade e coragem”.

O discurso de Cortegano foi claro e incisivo. Lamentou a gestão dos últimos 50 anos por parte da CDU, que, segundo o candidato, “travou o desenvolvimento do concelho e deixou de investir nas pessoas”. O também atual vereador garantiu estar preparado para assumir as rédeas do executivo e prometeu “não deixar cair nenhuma promessa feita”.

A apresentação contou com figuras de peso da política nacional e distrital, entre elas o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que reforçou o apoio do Governo à candidatura da AD em Palmela, recordando os investimentos previstos para o distrito, como o novo aeroporto de Lisboa, a ligação Alcochete-Trafaria, e obras estruturantes na mobilidade rodoviária e ferroviária. “Este é o momento certo para a mudança em Palmela. O Governo está disponível para trabalhar com um executivo local que queira realmente transformar este concelho”, declarou.

Carlos Vitorino, candidato à presidência da Assembleia Municipal, garantiu que, caso eleitos, vão colocar em funcionamento todas as comissões da Assembleia e promover sessões descentralizadas nas freguesias, reforçando o compromisso com a fiscalização e a transparência.

O evento contou ainda com a presença de dirigentes do PSD e CDS-PP, como João Almeida, Pedro Roque, Bruno Vitorino, Ana Clara Birrento e Vasco Pinto, além de vários militantes e simpatizantes da coligação. Paulo Ribeiro, secretário de Estado e ex-vereador em Palmela, destacou o trabalho já realizado pela estrutura local da AD, sublinhando que “o concelho tem todas as condições para mudar de rumo”.

No plano autárquico, Roberto Cortegano enumerou prioridades para o concelho: resolver problemas históricos como a recolha de lixo, as deficiências na mobilidade e as falhas no saneamento básico, apostar na reabilitação urbana e agilizar os serviços de urbanismo. Apontou ainda a ausência de critérios transparentes na atribuição de apoios às instituições locais e a falta de soluções para problemas graves nas escolas, como a falta de assistentes operacionais.

A candidatura pretende, segundo o próprio, “romper com a gestão reativa da CDU e substituir por uma política proativa, baseada no conhecimento profundo do território e na participação ativa dos cidadãos”. Cortegano criticou duramente a proposta do novo Plano Diretor Municipal, que, segundo afirmou, “poderá reduzir a área urbana e travar o crescimento natural do concelho”.

A apresentação da candidatura foi também marcada por uma forte crítica à ausência de uma política habitacional eficaz, sublinhando os entraves burocráticos e a lentidão nos licenciamentos. “Palmela precisa de um novo modelo de governação, mais ágil, transparente e próximo das pessoas”, sublinhou o candidato.

A concluir, Roberto Cortegano apelou à união dos cidadãos, dos independentes, dos desiludidos da política e dos que já não acreditam nos partidos tradicionais. “Este projeto é para todos os palmelenenses. Vamos devolver a esperança a Palmela”, afirmou.

Com o apoio declarado da estrutura nacional da AD e uma mensagem de mudança alicerçada em compromissos concretos, a candidatura de Roberto Cortegano quer transformar o descontentamento em mobilização e o desânimo em voto. Palmela poderá estar, de facto, à beira de um novo ciclo político.