José Miguel Júdice lançou duras críticas à atuação de Pedro Nuno Santos, na noite das legislativas de 18 de maio, considerando que o secretário-geral do Partido Socialista (PS) perdeu toda a legitimidade para continuar à frente da liderança. Em comentário feito na SIC, o advogado e comentador político acusou Pedro Nuno Santos de “incompetência” e de ter cometido um erro com consequências graves para si e para o partido.

“Pedro Nuno Santos não foi ingénuo, foi completamente incompetente. Não tem condições nenhumas para continuar a liderar o partido,” afirmou, referindo-se à forma como o líder socialista geriu a recente moção de confiança, em que, segundo Júdice, deveria ter optado pela abstenção.

Para o comentador, Pedro Nuno Santos “cedeu à pressão do comentariado e do jornalismo, de jornalistas que se assumem como comentadores”, decisão que considera ter sido um erro fatal que pode comprometer o futuro do próprio PS.

Júdice comparou a gravidade da decisão do líder socialista com a de outros momentos marcantes da democracia portuguesa, classificando-a como “o segundo grande erro” da história recente do regime democrático.

Contrastando com a perceção pública de Luís Montenegro, líder da AD e vencedor projetado das eleições, José Miguel Júdice afirmou que “o povo português disse que o erro de Montenegro era irrelevante”, sublinhando assim a diferença na avaliação política feita pelos eleitores.

As palavras de Júdice surgem num contexto de forte contestação interna e externa à liderança de Pedro Nuno Santos, com diversas figuras socialistas a colocarem em causa a sua continuidade à frente do partido após os fracos resultados nas urnas.