No próximo dia 30 de julho, a Câmara Municipal de Castro Verde procederá à inauguração da requalificação do histórico Moinho da Altura de Beja, situado junto ao novo reservatório de água na zona norte da vila. Esta intervenção representa mais do que uma mera obra de recuperação; trata-se de um autêntico resgate da memória coletiva dos castrenses, que durante décadas testemunharam neste moinho um pilar fundamental da vida rural e comunitária.
Com um investimento total de 149.343€, esta reabilitação teve como objetivo transformar o antigo moinho num espaço dedicado à valorização do património cultural local, centrando-se especialmente na interpretação dos ciclos da água e do pão — elementos que simbolizam a ligação intrínseca entre o ambiente natural e a história económica da região.
O moinho, cedido à autarquia por um contrato de comodato de 40 anos, encontrava-se em avançado estado de degradação devido a anos de inatividade. O projeto permitiu recuperar e reforçar elementos estruturais essenciais, tais como a cobertura, a rede elétrica, os sistemas de água e esgotos, os revestimentos interiores, as instalações sanitárias, bem como a reposição das velas e da funcionalidade tradicional do mecanismo, devolvendo ao moinho a sua dignidade e utilidade original.
Sob a execução da empresa Etnoideia, especialista em molinologia e etnoturismo, e com a coordenação do técnico Jorge Miranda, esta intervenção enquadra-se no programa “Renovação de Aldeias” do PDR 2020 — Programa de Desenvolvimento Rural, que financiou a maior parte do investimento, contando com a contrapartida da Câmara Municipal para a conclusão da obra.
Além do moinho, a autarquia celebrou um contrato de comodato para a gestão e requalificação da adjacente “casa do moleiro”, que integrará o projeto, criando um polo cultural multifacetado e coeso.
Este empreendimento não só preserva e promove a identidade cultural do concelho de Castro Verde, como também pretende dinamizar atividades de carácter pedagógico e turístico, tais como visitas escolares, workshops temáticos e a recuperação das práticas tradicionais de moagem de sementes autóctones. A ligação direta com o reservatório contíguo reforça o conceito integrador do ciclo da água e do pão, unindo património, natureza e educação.
Com esta aposta, Castro Verde reafirma o seu compromisso para com a valorização do território e da história rural, reconhecendo o papel fulcral que a memória e o património desempenham na construção de uma identidade coletiva forte, enquanto prepara as novas gerações para os desafios do futuro.