
Começaram esta semana os trabalhos iniciais para a construção do Porto Seco da Guarda, uma infraestrutura de referência no interior de Portugal que promete consolidar a cidade como um elo logístico estratégico entre os modos de transporte ferroviário e rodoviário.
A empreitada, adjudicada em maio de 2025 pela APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo –, foi confiada à empresa EDIVALOR, com um prazo de execução de aproximadamente nove meses e um valor contratual de 3 768 552,82 €. Mais quatro milhões de euros foram garantidos através do programa Centro 2030, compondo um investimento total que ultrapassa os sete milhões.
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Extensão das vias férreas para permitir a circulação de comboios de mercadorias com até 750 m de comprimento;
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Reforço do terrapleno, visando capacidade anual para mais de 45 000 contentores de 20 pés.
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Construção de um edifício administrativo e instalação de serviços aduaneiros, alfandegários, inspeções físicas e telecomunicações;
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Infraestruturas de apoio, como báscula rodoviária, videovigilância, alimentação elétrica para contentores frigoríficos, barreiras acústicas e vedação perimetral.
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Segurança reforçada, incluindo controlo de acessos, passagem de peões segregada e integração paisagística.
Segundo a APDL, esta plataforma logística multitemodal é essencial para fortalecer a ligação da carga regional aos portos atlânticos (Leixões, Douro, Viana do Castelo) e à rede ferroviária até Espanha, fomentando a quota do transporte ferroviário em face ao rodoviário. Reconhecido como o primeiro porto seco do país — estatuto conferido pelo Governo em dezembro de 2021 —, o projeto pretende ainda criar um núcleo de serviços logísticos de valor acrescentado, promovendo a competitividade da economia regional.
Esta infraestrutura encontra-se numa localização privilegiada junto ao Terminal Ferroviário de Mercadorias da Guarda. A sua implementação resultará não só na modernização das operações logísticas, mas também na fixação de serviços que podem atrair empresas, potenciar o emprego e reforçar a atratividade do interior do país.
O arranque dos trabalhos marca uma fase decisiva: espera-se que, até ao final do prazo contratual (início de 2026), esta obra esteja concluída, cabendo à APDL assegurar a integração com os portos marítimos e demais operadores, bem como garantir o acesso equitativo às empresas no contexto internacional