
Em conferência de imprensa, realizada no palco do Trindade, Diogo Infante sublinhou que dos quatro textos que irão estar em cena na sala Estúdio, um deles é o vencedor da 7.ª edição do Prémio Miguel Rovisco Novos Textos Teatrais, 'Julieta e Romeu', da autoria de Ricardo Correia, com encenação de Flávio Gil, a estrear-se em 11 de setembro.
'Brokeback Mountain', a partir da história de Annie Proulx, 'Clube dos Poetas Mortos', de Tom Schulman, 'Alice no País das Maravilhas', de Lewis Carroll, 'Julieta e Romeu', de Ricardo Correia, 'Menina Julia', de August Strindberg, 'A Gaivota', de Tchekhov, e 'Verdadeiro Oeste', de Sam Shepard, compõem o cartaz de teatro.
Para Diogo Infante, textos que "consigam gerar interesse e cuja produção permitam carreiras de média, longa duração" é uma das premissas "muito importantes" da programação do Teatro da Trindade/Fundação Inatel, que vive da capacidade de ser "auto-sustentável e de os espetáculos se pagarem a si próprios".
Diogo Infante garante que "não facilitou nas escolhas", afirmando "ser possível trabalhar para um público mais transversal e generalista" e, ainda assim, ser-se "exigente", como o foi na "escolha dos textos", socorrendo-se de "clássicos, obras de arte, obras-primas da literatura contemporânea".
Para o diretor artístico do Teatro, a nova temporada estabelece também "pontes com a atualidade, a contemporaneidade, e a forma como olhamos para o mundo e avaliamos este momento particular em que estamos a viver e em quem se levantam questões (-...) de ordem ética, moral, social, política, económica", disse.
O que lhe "interessa como diretor artístico" é "lançar esses reptos e criar e dar às equipas uma plataforma que lhes permita desenvolver um trabalho sustentado, e com qualidade e ambição", frisou.
Lembrando que há versões cinematográficas para seis das sete peças que preenchem a temporada, Diogo Infante sublinhou que o "mais importante" é levar isso para o palco, criando um teatro "que se quer vivo, imersivo, onde as pessoas sintam que estão a testemunhar algo que é único".
A nova temporada no Teatro da Trindade abre a 04 de setembro, com a estreia da peça 'Alice no país das maravilhas', de Lewis Caroll, na sala Carmen Dolores, numa encenação de Marco de Medeiros, com direção musical de Artur Guimarães, que estará em cena até 28 de dezembro.
Do total de peças, seis foram exibidas no cinema, nomeadamente 'Brokeback Mountain' e 'Clube dos Poetas Mortos', em que Diogo Infante fará de professor.
A encenar por Daniel Gorjão, 'Brokeback Mountain' inspira-se no filme da Touchstone Pictures e estará na sala Estúdio de 19 de fevereiro a 05 de abril. Já 'Clube dos Poetas Mortos', de Tom Schulman, com encenação de Hélder Gamboa, subirá ao palco da sala Carmen Dolores, de 30 de abril a 02 de agosto de 2026.
Sobre 'Alice no país das Maravilhas', Marco Medeiros disse direcioná-la para a atualidade e assentará em três perguntas: "Quem somos hoje, o que queremos ser e onde queremos pertencer".
Em 11 de setembro estreia-se, na sala Estúdio, 'Julieta e Romeu', o texto com que Ricardo Correia, ator e fundador da casa da Esquina, em 2008, venceu a 7.ª edição do Prémio Miguel Rovisco Novos Textos Teatrais.
'Julieta e Romeu' conta a história de dois jovens - Romeu, filho de migrantes, e Julieta, filha de um político xenófobo - que se apaixonam num grupo de teatro. A peça estará em cena de 11 de setembro a 26 de outubro.
'Menina Julia', de Strindberg, em cena na sala Estúdio de 27 de novembro a 18 de janeiro de 2026, encenada por João de Brito, diretor do Lama Teatro, 'A Gaivota', de Tchekhov, com versão e encenação de Diogo Infante, no palco da sala Carmen Dolores de 29 de janeiro a 05 de abril de 2026, são outros dos espetáculos para a temporada 2025/2026 do Teatro da Trindade.
De 23 de abril a 14 de junho de 2026, 'Verdadeiro Oeste', de Sam Shepard, com encenação de Rita Lello, é a peça que encerra a próxima temporada do Teatro da Trindade/Inatel na qual a música se fará apenas representar no Projeto 'Frequência 440', que dará espaço a oito artistas que não estão no mercado, num total de 16 concertos.
Para isso, o Teatro da Trindade vai abrir hoje as candidaturas para este projeto do Departamento da Cultura da Fundação Inatel, disse a responsável do departamento.
No teatro não há "redes sociais nem inteligência artificial que nos salve; somos nós com as nossas emoções e com os nossos corpos, numa experiência partilhada que é o que mais pretendo promover", concluiu Diogo Infante.
Questionado sobre o papel de 'Captain' que interpretará em 'Clube dos poetas mortos', e para o qual o ator ainda não está a preparar-se, Diogo Infante afirmou "não querer pensar muito nisso" por ser "uma herança pesada um papel tão icónico feito por um ator incrível".
"A ideia de não me resignar, de facto de estimular e promover a aceitação individual são características com as quais me identifico, portanto vou partir para a personagem como faço quase sempre como faço com todas as personagens, que é partir de mim próprio", concluiu Diogo Infante.