
A organização do festival Coachella terá sido “iludida” pelo novo protesto dos irlandeses Kneecap a favor da Palestina, no segundo fim de semana do evento.
No primeiro fim de semana, as mensagens pró-Palestina dos Kneecap foram censuradas do livestream oficial do festival, levando o grupo a lamentar o sucedido. Desta feita, os Kneecap levaram para o palco o comentador político Hasan Piker, que transmitiu o concerto dos irlandeses em direto, na plataforma Twitch.
Entre as mensagens que apareceram nos ecrãs do palco do Coachella, pode ler-se “Israel está a cometer genocídio contra o povo palestiniano” e “o governo dos Estados Unidos está a financiar Israel apesar dos seus crimes de guerra”.
A dada altura, o MC Mo Chara afirmou, em palco: “Não há muito tempo, os irlandeses foram perseguidos pelos britânicos, mas nunca nos bombardearam dos céus, sem que tivéssemos para onde ir. Os palestinianos não têm para onde ir. Estão em sua casa, a serem bombardeados dos céus. Se não lhe chamam genocídio, chamam-lhe o quê?".
De acordo com o “The Hollywood Reporter”, Paul Tollett, diretor executivo da promotora Goldenvoice, responsável pelo festival, foi “apanhado de surpresa” pelas ações dos Kneecap. No rescaldo do espetáculo, vários grupos judaicos criticaram o festival por ter permitido uma plataforma para as mensagens dos Kneecap.
O grupo tem sido uma das vozes mais ativas na luta pela libertação da Palestina, tendo chegado a reunir cerca de 116 mil euros em nome de um campo de refugiados no território. Um filme sobre a banda, “Kneecap - O Trio de Belfast”, estreado em 2024, está ainda em exibição nos cinemas portugueses.