
A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior de Moçambique, outorgou, postumamente, em Maputo, o título de doutor ‘honoris causa’ ao primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel, pelo seu “legado intelectual, político e pedagógico”.
O título foi entregue pela UEM a Malengani Machel, filho do histórico Presidente moçambicano.
O título, entregue no âmbito das comemorações dos 50 anos da independência de Moçambique, proclamada por Samora Machel (1933 – 1986) em 25 de Junho de 1975, foi proposto pela Faculdade de Educação, Faculdade de Letras Ciências Sociais e o Centro de Estudos Africanos, três unidades orgânicas da UEM, pelo seu papel na “educação, governação e cidadania”.
Assistiram à cerimónia, além da viúva de Samora Machel, Graça Machel, e outros familiares, mas também o Presidente da República, Daniel Chapo, e os antigos chefes de Estado Joaquim Chissano e Armando Guebuza, que pertenceram ao Governo do primeiro Presidente moçambicano.
O escritor e padrinho de Samora Machel, Luís Bernardo Honwana, foi escolhido pela família para o agradecimento do título, tendo afirmado na sua intervenção que o mesmo “não precisa de fundamentação”, apesar da “longa lista” de qualidades e feitos apresentada durante a manhã.
“Mas todos nós sentimos, e é manifesto, que este doutoramento ‘honoris causa’ era já longamente devido”, apontou Honwana.
Samora Moisés Machel nasceu a 29 de Setembro de 1933, em Chilembene, distrito de Chókwe, província de Gaza, frequentou escolas missionárias e chegou a trabalhar como enfermeiro na ilha de Inhaca e no Hospital Miguel Bombarda (atual Hospital Central de Maputo), onde iniciou a sua militância política, denunciando injustiças laborais e raciais do regime colonial português.
Já perseguido internamente, em 1963 abandonou o país e juntou-se à Frelimo, fundada no ano anterior na Tanzânia, assumindo no ano seguinte o cargo de comandante das Forças Armadas de Libertação de Moçambique.
Samora Machel, diz a Lusa, perdeu a vida em 19 de Outubro de 1986, num acidente aéreo na África do Sul.