Desde o início deste ano, data em que Donald Trump venceu as eleições para a Casa Branca, apoiado por Elon Musk, que o empresário mais rico do mundo tem sofrido as consequências de se envolver na política norte-americana. Mesmo deixando o polémico DOGE, o departamento de eficiência do Estado que Trump o encarregou de liderar, as vendas da Tesla não recuperaram do efeito “boicote”, que surgiu um pouco por todo o mundo.

E foi este um dos motivos que elevou o CEO da companhia de automóveis norte-americana, a despedir Omead Afshar, um dos mais altos quadros da marca fabricante de elétricos. O diretor de operações da Tesla para os mercados norte-americano e europeu foi encarregue de melhorar as vendas da empresa, no final do ano passado, o que não veio, de facto, a acontecer.

Omead Afshar foi apelidado de um dos executivos mais poderosos da Tesla, e mudou-se para Austin, onde está localizada a sede do construtor automóvel, quando Musk reestruturou sua equipe de liderança.

Omead Afshar entrou na Tesla como engenheiro em 2017, tornando-se um dos principais operacionais de Musk e foi elevado a vice-presidente com a missão de supervisionar os negócios nas duas regiões principais em outubro passado. Contactado pela Forbes Internacional, nenhum dos dois quis prestar declarações sobre o acontecimento. Foi apelidado de um dos executivos mais poderosos da Tesla, e mudou-se para Austin, onde está localizada a sede do construtor automóvel, quando Musk reestruturou sua equipe de liderança. Já anteriormente tinha saído da companhia Milan Kovac, chefe da equipa de robots humanoides Optimus, que deixou a empresa no início deste mês.

Vendas da marca caíram 15% na China em maio

O afastamento de Afshar ocorre apenas alguns dias antes do final do segundo trimestre e segue-se à notícia de que as vendas de veículos eléctricos da Tesla caíram pelo quinto mês consecutivo na Europa, tal como nos Estados Unidos. Na China, o seu principal mercado, as vendas caíram 15% só no passado mês de maio.

Os analistas estão a prever um declínio nas entregas totais de veículos elétricos da Tesla de, pelo menos, 10% em todo o mundo no trimestre que termina agora, para um total de cerca de 392.800 unidades, em comparação com as 443.956 vendidas há um ano. E a principal razão, como foi dito em cima, prende-se com a estreita ligação de Elon Musk a Donald Trump que resultou num impacto negativo na marca. A Tesla precisa também de melhorar a sua linha de produtos, após o fracasso do contestado Cybertruck, e descobrir como competir com a concorrência chinesa, que está em rápido crescimento.

Serviço de robotáxi, da Tesla, foi lançado em Austin a 22 de junho e, embora não tenha havido acidentes ou feridos até agora, rapidamente se tornou claro que não está pronta para enfrentar a Waymo, da Alphabet.

Porém, em vez de acrescentar novos modelos eléctricos para aumentar as vendas, o fundador da Tesla procurou convencer os investidores de que o futuro da empresa reside num novo serviço de robotáxi, robots humanoides e Inteligência Artificial. Trata-se de uma mudança complicada, uma vez que os automóveis eléctricos, as baterias e os serviços de carregamento representam praticamente a totalidade das receitas da Tesla.

A empresa lançou uma versão piloto do seu serviço de robotáxi em Austin a 22 de junho e, embora não tenha havido acidentes ou feridos até agora, rapidamente se tornou claro que não está pronta para enfrentar a Waymo, da Alphabet. O serviço piloto só foi disponibilizado a um pequeno grupo de pilotos pré-selecionados e apesar deste ambiente altamente controlado, houve vários relatos de comportamento errático por parte dos veículos de teste.

(Com Alan Ohnsman/Forbes Internacional)