A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) paralisou as actividades, em protesto ao aumento do preço do gasóleo e a não definição de paragens para carga e descarga de passageiros e mercadoria.

Em conferência de imprensa, o vice-presidente da ANATA, Rodrigues Catimba, disse que a paralisação ocorrerá Segunda, Terça e Quarta-feira.

A FORBES ÁFRICA LUSÓFONA apurou que existe um clima de tensão em várias ruas e avenidas da capital angolana, Luanda,

Em vários pontos, segundo a nossa reportagem, os taxistas que insistem estão a ser obrigados a retirar os passageiros da viatura e recuar com a viagem. Verifica-se tambem vandalização de viaturas particulares e autocarros da Transporte Colectivo Urbano de Luanda (TCUL).

No município do Cazenga, conversamos com o funcionário público Manuel Augusto, que ficou mais de duas horas na paragem adjacente à a Administração Municipal.

“O Governo deve ver isso e achar um meio termo para não dificultar a vida de que procurar sustentar a sua família. Se o povo quer redução do preço do gasóleo, então o Estado deve mudar isso”, apelou.

Já no município do Kilamba Kiaxi, nota-se encerramento de armazéns e supermercados, pois os comerciantes temem as consequências que podem surgir, na sequencia desta greve.

“Aqui a greve está mesmo a funcionar. Estamos todos a percorrer longas distâncias para chegarmos nos nossos destinos. Estão a colocar fogos em pneus para fecharem as vias”, contou a cidadã Raquel Simões.

A greve tomou proporções alarmantes nesta manhã, primeiro dia da greve, com confrontos directos entre a população e as forças policiais.

Já o jovem Romeu Francisco diz que pneus foram incendiados, ruas bloqueadas e palavras de ordem ecoaram em diversos bairros, transformando o protesto em um verdadeiro cenário de tensão.

“O clima de revolta aumentou após a tentativa das autoridades de dispersar os manifestantes, o que resultou em choques físicos, uso de gás lacrimogêneo e detenções. A população, por sua vez, resistiu com pedras, paus e barricadas improvisadas. Vários vídeos circulam nas redes sociais, mostrando momentos de correria, gritos e agressões. Até o momento, não há um número oficial de feridos ou detidos. A situação continua instável, e novas manifestações já estão sendo convocadas para os próximos dias”, acrecentou.

No caderno reivindicativo entregue há mais de 15 dias ao Governo da província de Luanda, as associações de táxis criticam ainda as alegadas abordagens abusivas dos agentes reguladores de trânsito e a não profissionalização da actividade.

Por isso, a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) reitera a paralisação, negando ter participado de uma reunião com o Governo, com vista à suspensão da greve e reafirma o compromisso de representar os interesses dos taxistas.