O número de agentes de carteiras digitais em Moçambique, de Instituições de Moeda Eletrónica (IME), que funcionam via telemóvel, voltou a disparar no primeiro trimestre de 2025, para 351.921, segundo dados oficiais compilados nesta quarta-feira pela Lusa.

De acordo com o mais recente relatório do Banco de Moçambique sobre indicadores de inclusão financeira, trata-se de uma cobertura de 1.817 agentes e 110 contas IME por cada 100 mil adultos. Esta cobertura, que já chega a todos os 154 distritos do país, tem vindo progressivamente a crescer, atingindo o recorde anterior no final de 2024, de 1.686 agentes IME por cada 100 mil adultos, quando em 2019 se fixava em apenas 350.

No final de 2024, o número de agentes de carteiras digitais em Moçambique ascendia a 315.005, segundo o histórico do banco central.

Moçambique conta atualmente com três Instituições de Moeda Eletrónica, das três operadoras de telecomunicações móveis, que assim prestam serviços financeiros via telemóvel, incluindo transferências de dinheiro entre clientes ou pagamento de serviços.

Trata-se de uma solução que permite facilitar e massificar o acesso da população a serviços financeiros, apenas recorrendo ao telemóvel e agentes IME na rua.

O número de contas bancárias em Moçambique cresceu 10% em 2024. De acordo com um relatório estatístico anterior do Banco de Moçambique, o número de contas bancárias no país cresceu de 5.687.975 no final de 2023 para 6.221.640 em dezembro do ano passado, mas não acompanha o aumento nas IME, que cresceu 18,5% no mesmo período, para 19.870.700, mais quase três milhões de novas contas no espaço de um ano.

Quatro anos antes, em 2020, o número destas contas de moeda eletrónica era de praticamente metade, situando-se em 10.833.801.

A Lusa noticiou anteriormente que o Governo moçambicano pretende tributar as comissões dos agentes e das IME.

De acordo com um documento do executivo sobre as ações desenvolvidas em 2024, o Governo avançou no ano passado com o processo de “tributação das comissões” dos agentes e das IME, tendo elaborado a respetiva proposta de lei, que, entretanto, submeteu à Assembleia da República, embora sem avançar mais detalhes sobre a mesma.

Acrescentava, contudo, que “foram disponibilizados”, por duas das instituições de carteira móvel, “os dados sobre os seus agentes e superagentes a nível nacional, por forma a criar uma base de dados”, com vista ao “alargamento da base tributária e consequente incremento da captação da receita neste segmento da economia digital”.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50