A Infraestruturas de Portugal (IP) e o consórcio LusoLav, liderado pela Mota-Engil, assinam hoje o contrato de concessão da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto (Campanhã) e Oiã, e apresentam o acordo de financiamento.

O evento, que decorrerá na sede da IP, em Almada (distrito de Setúbal), contará com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

O primeiro troço da linha de alta velocidade previa, no caderno de encargos, a construção de uma ponte rodoferroviária com dois tabuleiros sobre o rio Douro, a reformulação da estação de Porto-Campanhã e a construção de uma nova estação subterrânea em Vila Nova de Gaia, na zona de Santo Ovídio.

Porém, em abril, o consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto), a quem foi adjudicada a conceção, construção, financiamento e manutenção da linha, apresentou à Câmara de Gaia uma solução alternativa (não excludente da original), com alterações no traçado, a construção de duas pontes em vez de uma sobre o rio Douro e a estação de Gaia em Vilar do Paraíso em vez de Santo Ovídio.

Construída em via dupla eletrificada, a ligação ferroviária de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa será dedicada exclusivamente ao serviço de transporte de passageiros de médio e longo curso.

A linha de alta velocidade deverá ligar Porto e Lisboa numa hora e 15 minutos em 2032. A nova linha servirá as estações de Porto (Campanhã) e Lisboa (Oriente) e serão construídas novas estações ao que tudo indica em Vila Nova de Gaia e em Leiria. Adicionalmente, a LAV Porto – Lisboa irá dispor de ligações à Linha do Norte, para servir as estações de Aveiro e de Coimbra-B.

Esta ligação de alta Velocidade será desenvolvida em três fases, a saber:

Fase 1 – entre Porto (Campanhã) e Soure, com cerca de 142 km de extensão;
– Lote A – Troço Porto (Campanhã) – Oiã;
– Lote B – Troço Oiã – Soure;
Fase 2 – entre Soure e Carregado, com cerca de 117 km de extensão;
– Lote C – Troço Soure – Carregado;
Fase 3 – entre Carregado e Lisboa (Oriente), com cerca de 37 km de extensão.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030 e a segunda (Soure-Carregado) em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

Segundo o anterior governo, que lançou a primeira PPP da alta velocidade, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

Linha ferroviária de Alta Velocidade Porto – Vigo

Também com a concretização da ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto (Campanhã) e Vigo, o tempo estimado de viagem entre estas duas cidades será de 50 minutos, em vez dos atuais 2h22 do serviço Celta, “permitindo reforçar a centralidade do Porto e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro no noroeste peninsular”, destaca a Infraestruturas de Portugal. A ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto – Vigo irá dispor, em território nacional, de novas estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em Braga, em Ponte de Lima e em Valença.

Esta ligação será desenvolvida em duas fases:

  • Fase 1 – entre Porto (Campanhã) e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, e entre Braga e Valença, com ligação ao Ramal de Braga nas proximidades dessa cidade;
  • Fase 2 – entre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e Nine, onde seguirá pelo Ramal de Braga.

Linha ferroviária de Alta Velocidade Lisboa – Madrid

Mais à frente, está prevista a ligação ferroviária de alta velocidade Lisboa – Madrid que permitirá ligar as duas capitais ibéricas em cerca de três horas. Por seu lado, Lisboa distará da fronteira de Elvas/Badajoz em cerca de uma hora.

A LAV Lisboa – Madrid inclui a construção de uma Terceira Travessia sobre o rio Tejo (TTT), no eixo Chelas-Barreiro, que irá colocar também Lisboa e Setúbal mais perto, a uma distância de cerca de 30 minutos, metade do atual tempo de percurso, segundo a Infraestruturas de Portugal.

Em paralelo com o desenvolvimento deste projeto, a IP, conjuntamente com a ANA – Aeroportos de Portugal, e com o IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes, irá estudar as acessibilidades rodoferroviárias ao novo aeroporto de Lisboa.

Fases

A LAV Lisboa – Madrid será desenvolvida em três fases, a saber:

  • Fase 1 – entre Évora e Elvas, já em construção;
  • Fase 2 –entre Lisboa e Poceirão,incluindo a terceira travessia do Tejo (TTT) no eixo Chelas-Barreiro;
  • Fase 3 –entre Poceirão e Évora.

com Lusa