De acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique, o IDE no país cresceu 41,6% face a 2023, para o equivalente a 16,1% do Produto Interno Bruto (PIB), de quase 3.553 milhões de dólares (3.074 milhões de euros).

A indústria extrativa, refere o relatório, "manteve a sua posição de maior recetor de fluxos de investimento", com 3.098 milhões de dólares (2.668 milhões de euros) em 2024, equivalente a 87,2% do total do IDE e um aumento de 37% num ano.

A indústria transformadora captou 134,8 milhões de dólares (116,5 milhões de euros), correspondente a 3,8% do total do IDE, um aumento de 100% face a 2023, e o setor de eletricidade recebeu 96,9 milhões de dólares (83,7 milhões de euros), equivalente a 2,7% do total do IDE, crescendo igualmente acima de 100% face ao ano anterior.

O relatório do banco central reconhece igualmente o "incremento do influxo de capitais associados aos projetos da indústria de petróleo e gás" nos últimos anos em Moçambique, relativos aos designados Grandes Projetos, "com foco nas atividades de prospeção e pesquisa de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, além da revitalização da indústria de carvão e de areias pesadas".

O diretor-executivo da petrolífera Eni, Cláudio Descalzi, disse em 11 de junho, em Maputo, que é já uma realidade a segunda plataforma flutuante, Coral Norte, de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma, após aprovação do projeto pelo Governo.

"A Coral Norte é o futuro, e o Presidente (...) trouxe notícias muito interessantes e importantes porque obtivemos a autorização para o plano de desenvolvimento, com todos os termos concordados. Isso significa que a Coral Norte é uma coisa real agora", disse Cláudio Descalzi, após um encontro com o chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo.

Moçambique tem três megaprojetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de GNL da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, incluindo um da TotalEnergies, ainda suspenso devido a questões de segurança, e outro da ExxonMobil, que aguarda decisão final de investimento, ambos na península de Afungi.

O único em produção, desde meados de 2022, é o operado pela Eni, concessionária da Área 4 do Rovuma, que entretanto avançou para segunda plataforma flutuante, cópia da primeira (Coral Sul) e designada Coral Norte, para aumentar a extração de gás.

O Governo moçambicano aprovou, em 08 de abril, o investimento de 6.600 milhões de euros para o projeto de GNL Coral Norte, com previsão de produção de 3,5 milhões de toneladas anuais (mtpa) e arranque em 2028.

"O plano constitui a segunda fase de desenvolvimento do campo Coral Norte, FLNG, e consiste em uma infraestrutura flutuante de liquefação de gás natural com a capacidade de 3,55 milhões de toneladas por ano e seis poços de produção, avaliados em cerca de 7,2 mil milhões de dólares norte-americanos, cujo início de produção está previsto para o segundo trimestre de 2028", anunciou, naquela data, o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa.

"O projeto vai igualmente gerar 1.400 empregos para moçambicanos, prevendo-se a implementação de um plano de sucessão para o aumento da qualificação e maior disponibilidade de mão-de-obra moçambicana no setor petróleo e gás", acrescentou.

O país prevê ainda arrecadar 23 mil milhões de dólares (20,1 mil milhões de euros), em 30 anos, com o projeto Coral Norte, a segunda plataforma da petrolífera Eni para produção GNL na bacia do Rovuma, segundo o Governo.

PVJ // MSF

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