
O ministro da Economia espanhol, Carlos Cuerpo, esteve esta segunda-feira na Comissão de Economia do Congresso dos Deputados, onde explicou as razões por detrás dos “remédios” aplicados pelo governo de Pedro Sánchez na Oferta Pública de Aquisição (OPA) do BBVA sobre o banco Sabadell — medidas essas que levaram a Comissão Europeia a abrir um processo de infração contra o Estado espanhol.
Segundo o governante, a condição imposta de não permitir a fusão das duas instituições durante três anos, prorrogáveis por mais dois, visa criar um precedente que permita a realização de fusões sem implicar despedimentos. “O que estamos a colocar sobre a mesa é a criação de um precedente segundo o qual será possível gerar valor para os acionistas de ambas as entidades, sem que isso aconteça em detrimento do interesse geral, ou seja, garantindo que a criação de valor nesta operação não resulte apenas de sinergias obtidas através de despedimentos e do encerramento de agências.”
Carlos Cuerpo salientou ainda que esta OPA não é comparável a outras operações de aquisição envolvendo instituições em “situações problemáticas”. Neste caso, tanto o BBVA como o Sabadell são bancos que “estão perfeitamente saneados, quer em termos de liquidez, quer em termos de solvabilidade”, acrescentou.
O gabinete da comissária europeia dos Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, notificou o governo espanhol por considerar que o “interesse geral” invocado por Espanha vai muito além do que é permitido pelas regras do Direito Comunitário, que prevalece sobre o direito nacional.