O total de empréstimos concedidos aos portugueses em abril aumentou 6,3% em termos homólogos, destacando-se como o maior crescimento anual desde setembro de 2008. Também os créditos à habitação tiveram uma subida notável, de 6%, registando o maior incremento desde agosto de 2008.

Segundo os dados revelados nesta sexta-feira pelo Banco de Portugal, o ‘stock’ de empréstimos para habitação aumentou 789 milhões de euros em relação ao mês anterior, atingindo um total de 105,2 mil milhões. Olhando para a área do euro, é possível averiguar que o crédito para fins de habitação cresceu mais em Portugal, com a Zona Euro a reportar um aumento de 1,7% apenas. O número de devedores de crédito à habitação subiu para 1,96 milhões, mais 2 mil do que em março.

No que diz respeito ao crédito ao consumo e outros fins, este aumentou 121 milhões em relação ao mês anterior, ascendendo a 30,9 mil milhões. Houve um crescimento anual de 7,1%, mais 0,1 pontos percentuais do que em março. Os empréstimos para consumo subiram 7%, abaixo dos 7,3% do mês anterior. Já os empréstimos para outros fins tiveram um aumento de 7,1%, o maior desde julho de 2008. Também aqui Portugal cresce acima da Zona Euro, onde o crédito ao consumo aumentou apenas 4%.

De acordo com os dados divulgados pelo banco central, sabe-se que o ‘stock’ de empréstimos para crédito pessoal ascendeu a 12,8 mil milhões, mais 31 milhões do que em março, o que equivale a um aumento de 7,4% em cadeia. Por sua vez, o crédito automóvel cresceu 56 milhões de euros entre março e abril, totalizando 8,6 mil milhões. Já os cartões de crédito atingiram 3,2 mil milhões, mais 11 milhões de euros do que em março, uma variação de 9%.

Na ótica das empresas, o valor emprestado a estas diminuiu em cadeia. O ‘stock’ total em abril foi de 72,5 mil milhões, menos 121 milhões do que no mês anterior. Contudo, em relação ao período homólogo, houve um incremento de 1,8%, o maior desde junho de 2022. As empresas portuguesas continuam a endividar-se menos que as suas congéneres europeias, que registaram um aumento de 2,5%.

Analisando mais em detalhe, é possível observar que as micro e as grandes empresas tiveram variações anuais positivas, de 10,2% e 0,7%, respetivamente. As médias empresas tiveram uma queda de 3,8%, mantendo-se em terreno negativo. Já as pequenas empresas tiveram uma taxa de variação nula.