
A capitalização bolsista agregada dos 25 maiores bancos do mundo subiu 32% no segundo semestre do ano, de acordo com um relatório da consultora GlobalData divulgado na segunda-feira. Este documento destaca os bancos americanos, mas aponta para algumas boas surpresas na Europa e na China.
O norte-americano JPMorgan Chase aparece como o maior banco do mundo em termos de capitalização bolsista, com um aumento de 38,7%, alcançando 805,7 mil milhões de dólares. O crescimento ficou a dever-se particularmente às comissões cobradas na banca de investimento, um setor em que o JP Morgan Chase investiu bastante durante os últimos anos.
Também o Goldman Sachs (+45,7%) e o Morgan Stanley (+42,2%) viram a sua capitalização bolsista subir acentuadamente, graças ao dinamismo do mercado de capitais norte-americano e a multiplicação de fusões e aquisições.
O Bank of America registou um crescimento fraco (+14,6%) em consequência da sua estratégia de saída de 14 mercados internacionais.
Na China, os quatros maiores bancos: ICBC, Bank of China, Agricultural Bank of China e o China Construction Bank conheceram crescimentos entre os 21% e os 44%, no segundo trimestre do ano, graças à recuperação do dinamismo do crédito hipotecário.
Também na Europa existiram boas surpresas. Os italianos UniCredit (+67,2%) e Intesa Sanpaolo (+50,4%) e o espanhol Santander (+66,7%) registaram subidas significativas na sua capitalização, refletindo uma forte convicção dos investidores no desempenho das instituições financeiras europeias e na solidez dos seus balanços.
Murthy Grandhi, analista da GlobalData, considera que “um notável abrandamento das pressões inflacionistas facilitou a mudança de estratégia dos vários bancos centrais, o que estimulou a recuperação do setor bancário, nomeadamente na Europa e na Índia”.
Para o segundo semestre de 2025, aquele responsável prevê “um ambiente muito desafiador para os bancos centrais e comerciais, impulsionado por duas tendências principais; a aplicação de tarifas aduaneiras por parte dos Estados Unidos e os conflitos no Médio Oriente. As tarifas vão abrandar o comércio internacional e aumentar os riscos de crédito para as instituições financeiras e a crise no Médio Oriente vai aumentar os preços da energia, gerando novas pressões inflacionistas e diminuindo o consumo privado”.