O Banco Europeu de Investimento (BEI) chegou a um acordo com o Banco Santander para que a instituição bancária crie um portfólio de garantias no valor de mil milhões de euros. Espera, assim, desbloquear um investimento de 8 mil milhões em apoio a produtores de energia eólica na Europa. Da parte do BEI, este vai chegar-se à frente com uma contragarantia no valor de 500 milhões de euros.

Estas garantias visam apoiar “empresas produtoras de energia eólica, bem como fabricantes de equipamentos de conexão de rede e de componentes fulcrais para o setor”, explica a entidade europeia em comunicado. Este acordo está englobado no pacote de energia eólica do BEI, no valor de 5 mil milhões, lançado em 2023. Este pacote tem como objetivo lançar contragarantias para “melhorar o acesso ao financiamento para o setor de energia eólica e dar suporte ao aumento da capacidade de geração de energia eólica recém-instalada em 32 GW”, acrescenta.

Este pacote está a ser concretizado através de acordos com grandes bancos europeus e “foi projetado para acelerar ainda mais uma transição justa e rápida para o zero líquido, ao mesmo tempo em que impulsiona a inovação industrial nacional”, informa o BEI.

A diretora de Instituições Financeiras do BEI, Gemma Feliciani, destaca a importância da energia eólica no plano da produção de energia renovável da União Europeia. Feliciani revela ainda que estão a ser implementados instrumentos que visam reduzir o risco e que vão permitir aos fabricantes superar alguns desafios do setor, como por exemplo falhas na cadeia de abastecimento. Ricardo Gamazo, da equipa de Global Trade Finance do Santander, adianta que o programa foi “muito bem recebido” pelos clientes da área da indústria de equipamentos eólicos, que, por sua vez, “enfrentam um grande acúmulo de pedidos para atender à demanda de transição energética”, conta.

Estas pressões sobre os produtores criam, por outro lado, pressão na emissão de garantias e, explica Ricardo Gamazo, “esta capacidade extra contribui muito para garantir linhas de crédito no mercado”. Estas operações são apoiadas pelo InvestEU, que pretende mobilizar 372 mil milhões de euros em investimentos até 2027.