
O valor das casas não para de subir. Segundo o inquérito à avaliação bancária divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativo a maio, o valor mediano de avaliação feita pelos bancos no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação fixou-se em 1.886 euros por m2, tendo aumentado 20 euros (1,1%) relativamente a abril.
Em termos homólogos, a taxa de variação fixou-se em 17,1% (16,9% em abril). Foram avaliados 35.255 pedidos de crédito (22.698 apartamentos e 12.557 moradias). Em comparação com o período anterior, realizaram-se menos 506 avaliações bancárias, o que corresponde a um decréscimo de 1,4%.
Foi ao nível da compra de apartamentos que a avaliação por m2 mais subiu totalizando 2.155 euros/m2, 21,1% superior a maio de 2024. Os valores mais elevados foram observados na Grande Lisboa (2 874 euros/m2) e no Algarve (2 564 euros/m2), tendo o Alentejo apresentado o valor mais baixo (1 373 euros/m2).
No caso das moradias, o valor mediano da avaliação bancária foi de 1.394 euros/m2 em maio de 2025, o que representa um acréscimo de 10,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os valores mais elevados observaram-se na Grande Lisboa (2.554 euros/m2) e no Algarve (2.514 euros/m2), registando o Centro e o Alentejo os valores mais baixos (1.048 euros/m2 e 1.102 euros/m2, respetivamente).
Foi a península de Setúbal que apresentou o maior crescimento homólogo (16,1%), não se tendo registado qualquer descida em qualquer região do País.
O valor mediano das moradias de menor dimensão (T2 ) aumentou 19 euros, para 1.372 euros/m2, as casas de tipologia T3 subiram 12 euros, para 1.376 euros/m2, e as de maior dimensão (T4) mantiveram o valor registado no mês anterior (1.467 euros/m2).
Recorde-se que, tal como o Jornal PT50 noticiou , os especialistas do BCE defendem que “normas de concessão de crédito pouco rigorosas aumentam o impacto macroeconómico dos choques de preços dos ativos imobiliários na economia real, porque tendem a conduzir a um maior endividamento”.
Um artigo que acompanha o Boletim de Junho sobre políticas macroprudenciais alerta para o facto “das famílias mais endividadas – que normalmente entram no mercado durante períodos onde os critérios para a concessão de crédito são menos rigorosos – terem maior probabilidade de reduzir as despesas de forma mais acentuada quando os valores da habitação caem devido a restrições mais rigorosas à contratação de empréstimos e ao agravamento das condições macroeconómicas”.
Estes números do INE surgem no mesmo dia em que a empresa de mediação imobiliária Engel & Völkers divulgou o seu relatório sobre a procura de habitação em Portugal durante 2024. Segundo aquela mediadora o nosso País manteve a sua tendência de crescimento do mercado com uma subida de de 14,5% em termos de número de transações, face a 2023.
De acordo com os dados do Market Report 2024-2025 divulgados nesta quinta-feira, “registou-se um aumento no preço médio das habitações vendidas pela Engel & Völkers em todas as regiões analisadas, à exceção da região de Lisboa e Oeiras, Cascais e Estoril, Lagos, Vilamoura e Tavira que registaram uma ligeira diminuição relativamente ao ano anterior”.
Por outro lado, na região de Faro verificou-se “o maior aumento comparativamente ao ano anterior, rondando os 44%, seguindo-se a Comporta com 27% e Albufeira com um aumento de cerca de 20%”.
A empresa apontou ainda que, em termos de preço por metro quadrado registado, Quinta do Lago é “a região analisada pelo Market Report que regista um maior preço por metro quadrado, atingindo os 12.800 euros/m2”.
Guimarães é, por sua vez, “a região analisada que regista o preço por metro quadrado mais baixo, rondando os 1.700 euros/m2”.
No que diz respeito a transações e em comparação com o ano de 2023, “foram as regiões de Setúbal, Vila Nova de Gaia e Lisboa que verificaram um maior crescimento”.