O CEO do UniCredit, Andrea Orcel, reforçou, nesta sexta-feira, que não pretende abandonar a aquisição do Commerzbank. Este esclarecimento de Orcel surge após o ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, ter revelado à agência DPA que esperava que o UniCredit deixasse cair esta fusão.

O ministro em questão realçou ainda que o governo alemão via esta abordagem como “hostil” e apoiava a independência do Commerzbank, instituição da qual o Estado alemão era o maior acionista até, nesta semana, o banco liderado por Orcel ter convertido os seus derivados em ações e deter agora 20% do capital. A instituição adiantou ainda que pretende fazer a mesma conversão com os derivados restantes, que representam cerca de 9% do capital. O UniCredit tem autorização do Banco Central Europeu para deter até 29,9% do banco alemão.

“Vamos continuar a pressionar”, defendeu Orcel, citado pelo jornal italiano Il Messaggero, numa reunião do Conselho de Administração. O CEO do banco revelou na semana passada ter enviado cartas tanto ao chanceler alemão, Friedrich Merz, como ao ministro das Finanças, que admite ter redirecionado para a administração do Commerzbank. Orcel garante que a sua abordagem é “respeitadora” das características específicas do Commerzbank.

Os obstáculos à compra do banco não são de agora e vêm de vários lados. Há uma semana, o vice-presidente do Conselho de Supervisão do Commerzbank, Sascha Uebel, foi peremptório na sua abordagem. “O seu próximo passo devia ser vender as ações, colher os seus lucros e ir para casa”, declarou Uebel à agência Reuters sobre Orcel.

O CEO do UniCredit tinha afirmado em tempos recentes que a transação que envolve o Commerzbank não ia avançar pois o preço das ações do banco estava demasiado elevado. Com os preços à data, Orcel reconheceu que não via valor para os investidores. Contudo, indicou que “há muita atividade direcionada para manter o preço das ações num nível superior ao habitual, mas somos pacientes”.