Mundial de Clubes, Grupo C 2.ª jornada: sexta-feira, 17h00, 20 de junho de 2025

A ANTEVISÃO: APÓS O EMPATE COM O BOCA JUNIORS, O BENFICA ESTÁ OBRIGADO A DERROTAR O AUCKLAND CITY SE QUISER CONTINUAR NO MUNDIAL DE CLUBES

O Benfica joga hoje, em Orlando, muito do seu futuro no Mundial de Clubes. Vencer é a palavra de ordem, e só dessa forma é que a águia poderá continuar a voar na mais recente prova de clubes organizada pela FIFA. Depois do empate com o Boca Juniors na primeira jornada, o adversário que se segue é o Auckland City, e pelo que se viu do conjunto neozelandês frente ao Bayern Munique, os encarnados esperam alcançar os três pontos de forma tranquila, e se possível, com uma goleada das antigas, já que a diferença de golos é um dos fatores de desempate na fase de grupos.

Mas para tal acontecer, Bruno Lage terá de colocar em campo a sua melhor versão, algo que não se sucedeu no encontro com o Boca Juniors. Pelo menos, em parte. E a ideia que o treinador português passou é que apostou em alguma rotatividade da sua equipa. Jogadores como Kokçu e Akturkoglu, habituais titulares durante toda a época, ficaram de fora no embate com os argentinos, mas poderão regressar hoje ao onze. No lado direito da defesa, Samuel Dahl não fez esquecer Tomás Araújo, lesionado, e deverá ceder o lugar a Tiago Gouveia.

O avançado Andrea Belotti não vai poder dar o seu contributo neste, e no último jogo da fase de grupos, já que a sua expulsão diante do Boca Juniors ditou-lhe dois jogos de castigo. Florentino é a única dúvida, que será desfeita momentos antes da partida se iniciar. Bruno Lage sabe da importância deste desafio, e não vai querer facilitar, apesar do Auckland City ser a equipa menos cotada do grupo. Os encarnados devem encarar este jogo de forma séria, e assim evitarem qualquer dissabor, o que seria um escândalo. O Benfica vai tentar marcar cedo e resolver o encontro logo na primeira parte, à semelhança do que fez o Bayern Munique, quando ao intervalo já vencia o Auckland City por 6-0.

E em relação ao Auckland City, o treinador Paul Posa sabe que poucas, ou nenhumas hipóteses tem de passar à próxima fase do torneio, e de certeza que vai pedir aos seus jogadores para desfrutarem do momento. Quando ouvimos falar na Nova Zelândia, a última coisa em que pensamos é no seu futebol. Mais facilmente associamos à sua beleza natural e paisagens de cortar a respiração, muitas delas presentes na saga cinematográfica “O Senhor dos Anéis”.

A formação neozelandesa aparece neste Mundial de Clubes como uma espécie de outsider, ou não fosse esta equipa composta por jogadores amadores, que têm outras profissões para além de futebolistas. A derrota por números escandalosos (10-0) frente ao Bayern Munique no primeiro jogo da competição mostrou a disparidade que existe entre o futebol europeu, e o futebol do continente mais pequeno do nosso planeta. O Auckland City atua em 4-3-3, e as suas principais referências são Gerard Garriga, Dylan Manickum e Myer Bevan.

Este irá ser um duelo algo desnivelado, com o Benfica a ter aqui a obrigação, até pelo seu estatuto de um dos maiores clubes do mundo, de ultrapassar este adversário com relativa facilidade. Os encarnados vão estar também a torcer para que o Bayern Munique vença o Boca Juniors, e assim ficarem isolados no segundo lugar do grupo, bastando apenas um ponto no último compromisso com os alemães para garantirem os oitavos-de-final. O árbitro do encontro será o catarense Salman Falahi.

10 DADOS RÁPIDOS

  1. Benfica e Auckland City vão defrontar-se pela primeira vez na história.
  2. A formação encarnada tem apenas uma derrota nas últimas 14 partidas, sendo que não vence desde o dia 3 de maio. Daí para cá, soma três empates e uma derrota.
  3. O conjunto neozelandês tem apenas seis encontros disputados em 2025, pois o seu campeonato só se iniciou em setembro do ano passado e terminou em dezembro.
  4. O Benfica já marcou 137 golos durante esta época, o que dá uma média de 2,4 golos marcados por jogo.
  5. O Auckland City é o atual vencedor da Liga da Nova Zelândia e da Liga dos Campeões da Oceania.
  6. Vangelis Pavlidis é o jogador do Benfica com mais jogos nesta temporada, num total de 54.
  7. O plantel do Auckland City é composto maioritariamente por atletas neozelandeses.
  8. O Auckland City tem apenas 21 anos de existência. O clube foi fundado em 2004.
  9. O Benfica marcou sempre em 91% dos jogos que disputou esta época.
  10. Podemos considerar o Auckland City como o maior clube da Oceania. É o que tem mais títulos de campeão da Nova Zelândia, e mais Ligas dos Campeões da Oceania.

JOGADORES A TER EM CONTA

Di María (Benfica) – Falta pouco para Di María se despedir em definitivo do clube que o viu nascer para o futebol na Europa. O extremo argentino cumpre os seus últimos jogos de águia ao peito, e o Auckland City é o adversário ideal para espalhar a sua magia dentro de campo. Di María pode já não ter a frescura de outros tempos, mas as suas qualidades técnicas continuam intactas, e é sempre um jogador a ter em conta, principalmente nos lances de bola parada. Marcou de grande penalidade frente ao Boca Juniors e hoje quer voltar a faturar.

Myer Bevan (Auckland City) – Pode ser um mero desconhecido para muita gente, mas este avançado neozelandês de 28 anos é o melhor marcador do Auckland City e o jogador da equipa que mais se destaca. Não é muito dotado tecnicamente, mas é rápido, forte fisicamente, e finaliza com alguma facilidade. Se o Auckland City é o atual vencedor da edição deste ano da Liga dos Campeões da Oceania, em muito deve a Myer Bevan, que marcou os dois golos da final.

XI´s PROVÁVEIS

Benfica: Trubin; Tiago Gouveia, Otamendi, António Silva e Álvaro Carreras; Florentino, Aursnes e Kokçu; Prestianni, Di María e Pavlidis

Treinador: Bruno Lage

«Vamos ter vários desafios para a partida de amanhã [sexta-feira], mas o primeiro tem de ser a mentalidade certa para vencer o jogo, para garantir os 3 pontos. Depois, claro que sim, nós sabemos a importância que vai ter o resultado, mas, acima disso, tem de haver o respeito pelo adversário».

Auckland City: Conor Tracy; Murati, Adam Mitchell, Nikko Boxall e Lobo; Ilich, Den Heijer e Garriga; Manickum, David Yoo e Bevan

Treinador: Paul Posa

«A passagem pode decidir-se pela diferença de golos. Vai ser duro para nós. Eles precisam de golos. Não vão facilitar e queremos que os nossos jogadores mostrem o que podem fazer. Temos de desfrutar destes jogos, tentar melhorar e ganhar confiança».

PREVISÃO DE RESULTADO: Benfica 5-0 Auckland City