
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou suspender o acordo para a construção de um novo estádio da equipa de futebol americano Washington Commanders, se esta não reverter para o seu antigo nome, Redskins (peles-vermelhas, em inglês), que foi considerado ofensivo para com os nativos americanos e retirado em 2022 – tanto o nome como o símbolo de uma cabeça de índio nativo-americano de perfil, num processo que começara em 2020.
«Os Washington 'não-sei-quê' devem IMEDIATAMENTE mudar de nome de volta para Washington Redskins Football Team. Há uma grande pressão para isso», escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
E ameaçou mais tarde: «Poderei impor uma restrição, segundo a qual, se não mudarem o nome de volta para o original 'Washington Redskins' e não abandonarem o nome ridículo, 'Washington Commanders', não farei nenhum acordo para que construam um estádio em Washington. A equipa seria muito mais valiosa e o negócio mais entusiasmante.»
Os Commanders procuram construir um novo estádio em Washington, DC, no local do antigo Estádio RFK, numa tentativa de regressar à capital quase 30 anos depois de se ter mudado para o estado vizinho de Maryland, a norte. O local previsto para o novo estádio está situado em terras federais, mas o Congresso, depois de ordem do então presidente Joe Biden, concedeu em janeiro à cidade o controlo sobre o terreno por 99 anos, abrindo caminho para que a área possa ser requalificada, sendo que decorre na câmara o processo de aprovação do plano de requalificação.
Mas Trump não se ficou por aqui na tentativa de anular as mudanças que surgiram num debate nacional sobre sensibilidade cultural e justiça racial. Para ele é apenas mais uma ação «woke» - também já começou o reverter de nomes de bases militares que antes usavam nomes de generais associados ao exército confederado do sul, do tempo da guerra civil.
O presidente também disse este domingo que quer que a equipa de basebol de Cleveland, agora Guardians, volte ao seu antigo nome, Indians, que abandonou em 2021, dizendo que é próprio povo nativo a desejá-lo.
«Cleveland, uma das seis equipas originais de basebol, devia fazer o mesmo. 'Make indians great again'» escreveu, «o nosso grande povo indígena, em números massivos, quer que isto aconteça. O seu património e prestígio estão a ser sistematicamente retirados. O dono da equipa, muito envolvido na política, já perdeu três eleições desde que fizeram essa mudança de nome ridícula», continuou.
O presidente de operações de basebol dos Guardians, Chris Antonetti, falou entretanto sobre a mudança de nome: «Compreendemos que há diferentes perspetivas em relação à decisão que tomámos há alguns anos, mas, obviamente, foi o que escolhemos. Tivemos a oportunidade de construir uma marca como os Guardians ao longo dos últimos quatro anos e estamos entusiasmados com o futuro que temos pela frente.»