
No dia em que tomou posse como o novo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em conjunto com os novos órgãos sociais, Pedro Proença deu o pontapé de saída nesta nova era com um discurso em que, entre agradecimentos, prometeu algumas mudanças.
Agradecimento geral: «Não há melhor palavra para começar do que dizer-vos obrigado. Um duplo obrigado. Obrigado por merecer a confiança de três em cada quatro votantes. Sinto-me na obrigação de corresponder. Este duplo significado vai guiar o que hoje escolhi para partilhar convosco. Agradeço a toda a equipa que agora inicia funções. Hoje não acaba nada. Começa tudo o que tivemos a coragem de propor. Agradeço a todos os colaboradores da Liga Portugal por 10 anos de trabalho conjunto. Obrigado a tantos que me ajudaram a ultrapassar dificuldades durante a minha direção executiva na Liga Portugal»
Sobre a campanha: «As coisas menos boas que possam ter sido ditas em campanha, ficam em campanha, agradeço ao Nuno Lobo. Quando o jogo termina, é outro tempo. Não é raro que quem muito protesta no jogo acabe a reconhecer que a arbitragem, apesar de difícil, foi justa. Que orgulho tenho de reconhecer que o futebol do meu país teve a maturidade de escolher um antigo árbitro para liderar os destinos da maior federação desportiva de Portugal.»
Elogios a Fernando Gomes: «Estamos hoje na Cidade do Futebol, espaço que planearam e concretizaram, com troféus que os treinadores que escolheram ajudaram a conquistar. O futebol é das jogadoras e jogadores. É sempre o nome deles que a história grava. Madjer, Ricardinho e Cristiano Ronaldo - cada um deles considerado o melhor do mundo vários anos seguidos. Uma era dourada, que no caso do capitão da Seleção A, continua e permite que esta casa tenha o melhor atleta de sempre à escala mundial, mas também um exemplo de paixão pelo país e pela seleção. Foi tempo coincidente com Cláudia Neto, Ana Borges, Jéssica Silva, Kika Nazareth, Dolores Silva e tantas outras que ainda cantam e vão cantar o hino de Portugal. Os seus mandatos, Dr. Fernando Gomes, mostram como projetos de largo alcance devem resistir a adversidades. Obrigado.»
União no futebol português: «Que a união seja regada todos os dias e que a vossa disputa seja só em campo. Que esta nova geração de dirigentes não falhe às pessoas e ao país. Mudar pessoas e esperar tudo na mesma é como fazer igual e esperar resultados diferentes. Não sou eu quem tem a responsabilidade única de virar a página. Vários dirigentes que hoje estão aqui têm a capacidade de escrever um capítulo novo. É cada um de vós também um motor indispensável para a mudança, para um tempo de maturidade. Futebol é um jogo de equipa.»
Centralização dos direitos televisivos: «O salto pelo qual tanto lutámos. Todos sabemos da importância disso para a nossa competitividade. O que vos peço hoje, neste processo, é simples: nem um passo atrás. A centralização é uma espécie de maioridade sempre adiada. Sem ela, somos uma liga adolescente, sem projeto, sem ambição e sem futuro. Se um de vós domina sozinho todos os anos, serão rei de terra pequena e Portugal precisa de algo maior. Cresci toda a vida com uma certa dose de negativismo em redor dos vencedores, em que o discurso se centra tantas vezes mais nos deméritos do que na honra. Tenhamos todos a capacidade de virar a página.»