Tudo para decidir em Old Trafford. O Lyon, de Paulo Fonseca, empatou a dois golos com o Manchester United, de Ruben Amorim, nos quartos de final da UEFA Europa League. Um jogo que, apesar do desacerto, contou com emoção mesmo até ao final.

Não esteve fácil, na primeira meia hora, o desencaixe das equipas. No meio-campo, o Lyon revelou-se, desde início, mais aguerrido e mais dominante, com o Manchester United a tentar explorar as alas e as bolas na profundidade. Foi dos pés de Bruno Fernandes que saiu o primeiro lance verdadeiramente perigoso, mas o remate foi desviado de forma crucial por Niakhaté. Foi ao minuto 26 da partida que, de bola parada e em momento de crescimento para os franceses, surgiu o primeiro da partida. E as palavras de Matic na antevisão — ele que definiu Onana como «o pior guarda-redes da história do Man. United» — tornaram-se profecia. Thiago Almada bateu livre para zona traiçoeira, mas a bola bateu à frente do camaronês... e entrou.

A vantagem só dava força e energia ao Lyon, que crescia na pressão e tentava fechar o Manchester United, mas foi num lance de bola parada novamente que o golo surgiu, bem em cima do intervalo... para os red devils. Livre batido por Bruno Fernandes foi desviado, Ugarte voltou a despejar na área e Yoro desviou para, no último lance da primeira parte, fazer o 1-1.

A segunda parte permitiu algumas aberturas, mas, em termos de perigo concreto, pouco ou nada houve. O Lyon não ganhou tanto como queria com a entrada de Lacazette e Cherki foi o principal motivo de perigo, pelo lado direito do ataque. Foi, aliás, o contrário de Garnacho, que muitas oportunidades teve mas mostrou, mais uma vez, que precisa de melhorar na decisão: desperdiçou contra-ataque, somou um par de más receções e maus passes que cortaram o ímpeto ofensivo e acabou por não ser feliz, tal como Hojlund, que esteve desaparecido em toda a partida. As saídas de ambos deram lugar a Kobbie Mainoo e Zirkzee, que, em poucos minutos, foram fulcrais: o inglês recuperou, Bruno Fernandes cruzou e o neerlandês, de cabeça, deu a vitória ao Manchester United. Ou, pelo menos, era isso que parecia... até à última jogada.

Se Leny Yoro — que voltou a somar mais uma excelente exibição, mesmo para lá do golo — empatou tudo no final do primeiro tempo do jogo, houve ainda tempo para que Cherki empatasse no final da primeira parte... da eliminatória: depois de remate de Mikautadze, Onana somou novo erro com defesa para a a frente e o francês, o mais inconformado a par do georgiano e de Thiago Almada, picou para empatar. Assim terminou o primeiro duelo entre Paulo Fonseca e Ruben Amorim, que contou com muita luta, mas também muitos erros e pouca definição no momento final. Tudo empatado, com golos no final e com os dados lançados para a segunda mão. Mesmo que o resultado não conte, certamente haverá muito para processar antes do jogo decisivo da próxima semana, em Old Trafford.