
A FIFA voltou a reduzir, pela terceira vez, os preços dos bilhetes para o jogo de abertura do Campeonato do Mundo de Clubes, perante a crescente preocupação de que a partida com o Inter Miami e Lionel Messi possa ser marcada por lugares vazios no Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, na Flórida.
De acordo com as últimas informações apuradas, dezenas de milhares de lugares continuam por vender para o jogo entre o Inter Miami, equipa da MLS, e o Al Ahly, do Egito, agendado para sábado, 14 de junho.
O Hard Rock Stadium tem capacidade para 65.326 espetadores, pelo que a FIFA tem estado preocupada nas últimas semanas com a venda de bilhetes abaixo do esperado. De acordo com o The Athletic, foram vendidos menos de 25.000 bilhetes, dado não confirmado pela FIFA.
Sistema de preços dinâmicos
A FIFA esperava uma grande afluência na abertura, dada a participação do Inter Miami e o facto de Messi ser o rosto do torneio e do futebol nos EUA. Acreditavam também que jogar em casa ajudaria nas vendas. No entanto, a FIFA utilizou um sistema de preços dinâmicos para a venda de bilhetes, em que os preços variam consoante a procura - a descida dos preços para determinados jogos indica dificuldades na promoção do torneio.
Preço do bilhete caiu de 305 euros para apenas 48
Desde que os bilhetes foram postos à venda, a 19 de dezembro do ano passado, a FIFA realizou várias reduções de preços ao longo dos últimos meses, a última das quais na quarta-feira da semana passada, a 10 dias do início do torneio.
Nos últimos dias, o preço do bilhete para o jogo entre o Inter Miami e o Al Ahly caiu para apenas 55 dólares (48 euros) no site da Ticketmaster, o canal de venda oficial. Este valor representa metade do preço praticado em maio, sendo que os bilhetes mais baratos em janeiro custavam 230 dólares (201 euros) e, após o sorteio em dezembro, 349 dólares (305 euros). A FIFA está agora a apostar numa campanha intensiva na última semana antes do início do torneio, na esperança de que os preços mais baixos atraiam o público.
O valor do Inter Miami-FC Porto
A FIFA mantém preços mais elevados para os jogos posteriores da fase de grupos, na expectativa de que o interesse aumente. Por exemplo, o terceiro jogo do Inter Miami no grupo, contra o Palmeiras, do Brasil, tem preços a partir de 113 dólares (98 euros). O segundo jogo, contra o FC Porto, em Atlanta (quinta-feira, 19 de junho), tem bilhetes a partir de 58 dólares (50 euros).
Entre os jogos com maior procura de bilhetes estão os do Real Madrid - o bilhete mais barato para o duelo com o Pachuca, do México, em Charlotte, custa 132 dólares (115 euros), enquanto para o jogo com o Al Hilal, em Miami, o preço começa nos 310 dólares (271 euros) e, com o RB Salzburg, em Filadélfia, nos 253 dólares (221 euros). Os preços aumentaram após a confirmação de que o novo treinador será Xabi Alonso e a contratação de Trent Alexander-Arnold. O jogo entre o Boca Juniors e o Bayern também regista boas vendas, especialmente devido à grande diáspora argentina em Miami — o bilhete mais barato custa atualmente 136 dólares (119 euros).
As equipas competem por um prémio monetário de mil milhões de dólares (cerca de 926 milhões de euros), podendo o vencedor receber até 125 milhões. Os preços para os outros jogos caíram drasticamente. O bilhete mais barato é para o duelo entre o River Plate e o Urawa, do Japão, em Seattle, a 17 de junho - apenas 24 dólares (21 euros). O jogo entre o PSG e o Botafogo, no Rose Bowl (capacidade para 90.000 espetadores), tem bilhetes à venda a partir de 33 dólares (28 euros).
Benfica-Auckland com pouca procura
Existe também preocupação com a fraca adesão a jogos como Benfica - Auckland (Orlando), Palmeiras - Al Ahly (Nova Jérsia), Ulsan - Mamelodi (Orlando) e Mamelodi - Fluminense (Miami), cujos bilhetes estão agora à venda por valores entre os 26 e os 40 dólares (22 e 35 euros).
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, o maior defensor deste torneio, declarou em abril: «Não estou minimamente preocupado com a venda de bilhetes. Quando vejo como os estádios nos EUA se enchem para jogos amigáveis e de exibição, não me preocupo que as bancadas se encham para algo que tem real significado - para um Campeonato mundial.»
A baixa venda de bilhetes pode estar também ligada à severa política de imigração que a administração Trump pôs em prática. Isto traduz-se em incerteza para os adeptos que estão a ponderar viajar ou não, dada a possibilidade de não conseguirem obter vistos para se deslocarem a qualquer uma das 11 cidades que acolherão jogos das 32 equipas participantes.
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