Triste, mas não surpreendido. Assim estava João Pereira, após não ter sido um dos 20 técnicos admitidos para o curso de treinadores UEFA PRO (Grau IV), organizado pela FPF. Ao contrário do treinador do Casa Pia, Vasco Matos, do Santa Clara, e Tiago Margarido, do Nacional, foram admitidos por terem subido as equipas que comandam da Liga 2 para a Liga na temporada passada.

O primeiro critério que abona a favor de João Pereira, inscrito como treinador-adjunto, é apenas o quarto mais valorizado regulamento do curso organizado pela FPF. Técnicos principais de equipas a competir na Liga 2, como Vasco Botelho da Costa, Luís Pinto ou Carlos Fangueiro, ou em Ligas no topo 25 do ranking de seleções da UEFA têm prioridade em relação ao comandante dos casapianos.

João Pereira, que promoveu o Alverca à Liga 2 na temporada passada, reagiu à decisão da FPF com resignação: «Candidatei-me por duas vezes ao UEFA A em Portugal e nunca consegui entrar. Como sou de ir atrás de soluções, procurei noutras federações e por ter tirado o UEFA A na Escócia, surgiu o convite para fazer o UEFA Pro e abdiquei dessa exclusividade, pensando que o poderia entrar aqui, em Portuga.»

«Gostava de dizer que tirei o UEFA Pro em Portugal. Eu sou português, cresci em Portugal, gosto da forma como ensinamos. Pedro Proença diz que olha para o passado como ponto de partida para o futuro, acredito e tenho esperança na modernização de várias situações não tão corretas. Se calhar, privilegiar a meritocracia e a excelência poderia ser benéfico», acrescentou, descontente com a situação.

João Pereira avisou que os obstáculos existentes para um jovem treinador tirar o último nível em Portugal, podem impedir que direções dos clubes profissionais se distanciem de apostas mais arrojadas. Por ter apenas o nível III, o técnico não pode comparecer na zona de entrevistas rápidas, nem participar em conferências de imprensa das provas da UEFA.