Num torneio marcado pelas temperaturas altas, a frieza e o talento de Cole Palmer foram decisivos para a surpresa na final do Mundial de Clubes. O favoritismo francês caiu com estrondo e o Chelsea conquistou justamente (3-0) a primeira edição do renovado Mundial de Clubes.

Os sinais de alguma estabilidade na renovação já vinham a ser dados pelo apuramento para a Liga dos Campeões e a conquista da Conference League, mas a conquista deste domingo eleva o projeto Blue a outro patamar, com Enzo Maresca a provar ser o homem certo no leme.

Pelo treinador italiano passou também muito desta vitória, com superioridade tática e exploração inteligente das reduzidas fragilidades do adversário. Luis Enrique foi superado, num encerramento negativo de uma época, ainda assim, histórica para o Paris Saint Germain.

A surpresa serve-se fria

O Chelsea entrou personalizado e agressivo no jogo, o que deixou o PSG incomodo desde cedo. João Pedro encaixou com uma luva nesta equipa e deu muito que fazer à oposição, além de enorme talento de Cole Palmer.

Impacto de João Pedro deixa água na boca @Getty /

Os campeões europeus perceberam o alerta inicial e acalmaram o jogo com bola, momento que habitualmente dominam de olhos fechados. O espaço começou a ser encontrado, porém, transição defensiva foi péssima e teve impacto nos três golos londrinos até ao descanso.

Em raridade nos últimos meses, Nuno Mendes foi ultrapassado por Malo Gusto e, na sequência, Cole Palmer gelou pela primeira vez o Metlife Stadium. Injeção de confiança para o Chelsea e golpe que abanou, estranhamente, em alta escala o PSG.

Palmer voltou a fazer estragos e bisou na partida, para desespero da defesa francesa, abandonada pela restante equipa após as recuperações de bola conseguidas pelo adversário.

No coroar da surpresa, Cold assumiu o papel de assistente e serviu de bandeja João Pedro, que finalizou com classe para as redes. Nuno Mendes gritou, literalmente, por ajuda dos companheiros.

Dedo de treinador

O PSG esboçou uma reação no início do segundo tempo, com melhor organização nos momentos sem bola. Nos momentos de maior aperto para o Chelsea, o espanhol Robert Sánchez, algumas vezes contestado, deu uma excelente resposta.

Com o relógio a avançar, o passar dos minutos revelou incapacidade francesa para alterar a tendência do jogo. Atento, Enzo Maresca lançou Liam Delap na partida e o avançado inglês, poderoso, cheirou o golo em transição num par de situações.

Na fase de algum descontrolo emocional - Luis Enrique ficou muito agitado no final da partida -, João Neves acabou expulso após puxar o cabelo de Cucurella, com quem estava picado. Um raro momento num profissional de excelência a nível comportamental.

Nunca apontado como favorito a vencer o torneio, foi o Chelsea quem terminou a festejar. Há espaço para melhorias e o anfitrião - cultura, calor e enormes deslocações entre estádios - não contribuiu para a festa, no entanto, a competição veio para ficar.

Últimas palavras para Pedro Neto, que sofreu nas últimas semanas, ao longe, a partida de uns dos seus melhores amigos. Fica um troféu para o seu currículo e a certeza que um certo número 20 está a sorrir lá em cima.