
«Não se trata de um novo futuro para mim, mas é um jogo que nos ajuda a acabar a época. Ganhar um troféu europeu é muito importante, mas não muda a nossa época, pode sim ajudar-nos a construir o futuro», respondeu Ruben Amorim, quando questionado sobre quão importante será a final da Liga Europa, amanhã, em San Mamés.
O ambiente na conferência de Imprensa do Manchester United era bem diferente do que se viveu na do Tottenham. Não é que Postecoglou não se tenha saída com uma ou duas piadas que quebraram o gelo, mas Ruben Amorim, Bruno Fernandes e até o sisudo Maguire mostraram um muito maior à-vontade.
«Vim de um clube que para sobreviver tinha de estar na Champions, o Manchester United não tem essa necessidade. Tem receitas sem a Liga dos Campeões, é um grande clube, em Inglaterra e no Resto do Mundo, uma grande marca. Mas eu estou sempre a jogar para mais do que para mim mesmo, para os meus jogadores, para o meu staff e para os adeptos», continuou Amorim, que não conseguiu explicar porque não sente a mesma pressão que Postecoglou, quando estamos a falar de uma posição apenas de diferença na tabela (16.º e 17.º): «Não sei explicar porque gostam de mim. Tenho de provar à administração e aos adeptos… Mas é bom não ter de lidar com isso. A verdade é que explico sempre tudo, sabem desde o início o que lhes disse. Não venho agora inventar coisas. No entanto, chegaremos a um momento em que temos de ganhar sim ou sim.»
Os londrinos apresentaram diante do Aston Villa um novo revolucionário, que fez descansar a maior parte das figuras e tentou dar ritmo a Heung-min Son, ao contrário do Manchester United, que usou o seu melhor 11 para atacar a visita a Stamford Bridge: «Tem de se ver contexto, não conheço o do Tottenham. Após o Athletic descansámos, tivemos ali algum medo de lesões, mas depois entendo que jogar e competir é a melhor forma de se preparar uma final. No final do West Ham pressionei para que houvesse algo e no final do Chelsea também tivemos alguma coisa.»
O treinador português não pondera alterar as suas ideias por se tratar de um jogo que poderá chegar aos 120 minutos ou até ao desempate por penáltis: «Não escolho um 11 a pensar no prolongamento ou no que vem depois. Escolho o melhor 11 e boas opções no banco para se conseguir mudar o jogo. Sabemos que há essa possibilidade, mas só mais, quando estiver perto, é que pensamos no tempo-extra. Provámos diante do Athletic Bilbao que se tivermos de marcar três golos em seis minutos, com o apoio dos nossos adeptos, conseguimos.»
Amorim voltou a ser questionado sobre as suas declarações recentes, mais concretamente sobre os problemas que disse que o clube vivia e que ultrapassavam os limites do terreno. «Hoje, é difícil falar dos problemas. Queremos estar excitados e confiantes. Sabemos o que precisamos, Temos de melhorar no dia a dia, na academia, em Carringtomn… Não é só ganhar amanhã, mas ganhar amanhã será importante», concluiu.