Francisco Neto era um treinador naturalmente insatisfeito depois da goleada sofrida por Portugal na Liga das Nações feminina, em Wembley, frente à Inglaterra (6-0). Após a partida, o selecionador nacional assumiu que as "coisas começaram a ficar complicadas" a partir do segundo golo das três leoas e lamentou que não tivesse sido possível "travar o poderio ofensivo" do adversário.

"O jogo não nos correu bem. Não conseguimos, na primeira parte, impedir o jogo de corredores da Inglaterra. Sofrendo dois golos muito cedo, as coisas começaram a ficar mais complicadas. Independentemente disso, as jogadoras procuraram sempre ter bola, conseguir criar algumas situações, mas foi muito difícil, principalmente na primeira parte. Não conseguimos travar o poderio ofensivo da Inglaterra. Isso levou-nos para o intervalo com um resultado pesado. Devo realçar o caráter das jogadoras porque não é fácil, com um resultado tão pesado, perante tanta gente e fazer a segunda parte que elas acabam por fazer, solidárias, disponíveis, a tentar remar contra a maré, sabendo sempre que era difícil", analisou, após o apito final.

E prosseguiu: "Ofensivamente, não tivemos muitas oportunidades. Defensivamente, na segunda parte, acabámos por equilibrar um bocadinho mais o jogo e impedir o crescimento e a forma como a Inglaterra chegou. Mas hoje também foi uma Inglaterra extremamente eficaz. Todas as oportunidades que tiveram, acabaram por fazer golos e isso tornou-se muito pesado para nós. O nosso rigor defensivo vai ter que voltar a crescer. Eu acho que - e esta frase pode ser polémica, quando se perde um jogo por 7-1 e a seguir 6-0 - a sensação foi de maior controlo em função do jogo que até tivemos em Vigo. Em Vigo, sentíamos que em qualquer momento a Espanha entrava. Hoje, sentimos que conseguimos controlar mais vezes. Não quer dizer que tenhamos sido melhores, porque não fomos, e o resultado assim o demonstra. Mas conseguimos estar um bocadinho mais equilibrados do que estivemos em Vigo, com maior controlo emocional, mas, mesmo assim, ainda não é suficiente para aquilo que nós precisamos para estar na Liga [das Nações]".

Recorde-se que, apesar das duas goleadas seguidas, a permanência na Liga A da Liga das Nações continua em aberto. Para que tal aconteça, o empate com a Bélgica, na última jornada, é suficiente para garantir o playoff.